Pernambuco

Cremepe é cobrado por sindicato dos médicos e se posiciona sobre suspensão de férias dos servidores da Secretaria Estadual de Saúde

O Cremepe (Conselho Regional de Medicina  de Pernambuco), foi publicamente cobrado pelo Simepe (Sindicato dos Médicos de Pernambuco) a se posicionar sobre a suspensão de férias por parte dos servidores da Secretaria Estadual de Saúde, a partir de 1º de fevereiro. Em portaria, publicada na sexta-feira (28), o governo justificou a medida em decorrência ao agravamento da pandemia de Covid-19 no Estado.

Confira o posicionamento do Simepe e cobrança pública para que o Cremepe se manifeste sobre a questão.

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Em nota oficial, o Cremepe explicou que defende que festas, reuniões, cerimônias, formaturas e todo tipo de aglomeração, também sejam proibidas pelo governo do Estado como forma de demonstrar coerência no enfrentamento da Covid-19.

Ainda ressalta a necessidade de compreensão da sociedade como um todo, de evitar participar de eventos, pois, são responsáveis por um alto risco de se disseminar a doença, mesmo com a exigência de comprovante de vacinação e testagem prévia dos participantes.

Sobre os testes para COVID-19 que estão sendo utilizados para permitir a realização de eventos e demais, afirma que deveriam ser destinados exclusivamente para o diagnóstico de pacientes com sintomas ou internados e não em pessoas assintomáticas para autorizar acesso as festividades em estabelecimentos privados, conforme apontou recentemente a OPAS.

Leia a nota na íntegra:

Diante do aumento exponencial de casos da variante Ômicron no Estado, que vem superlotando os serviços de urgência e emergência e, com o número crescente de médicos e demais profissionais de saúde acometidos pela doença, o CREMEPE defende que festas, reuniões, cerimônias, formaturas e todo tipo de aglomeração, sejam proibidas pelo governo do Estado como forma de demonstrar coerência neste momento do enfrentamento da COVID-19. Ressalta também a necessidade de compreensão da sociedade como um todo, de evitar participar de tais eventos, já largamente evidenciados como responsáveis por um alto risco de se disseminar a doença, mesmo com a exigência de comprovante de vacinação e testagem prévia dos participantes. Os testes para COVID-19 que estão sendo utilizados para permitir esses tipos de aglomerações deveriam ser destinados exclusivamente para o diagnóstico de pacientes com sintomas ou internados e não em pessoas assintomáticas para permitir acesso a eventos privados, conforme apontou recentemente a OPAS.

Com relação à permissão de eventos privados para os festejos do carnaval, não se pode neste momento, proibir apenas as festividades de rua para o público em geral e permitir que ocorram festas para aqueles que podem pagar entrada em eventos deste tipo. A responsabilidade e o sacrifício devem ser de todos e não apenas para uma parcela da população. Esperamos que o governo do Estado mantenha a coerência que tem sido demonstrada com a população pernambucana desde o início da pandemia.

Neste momento em que os profissionais de saúde são mais uma vez convocados para colaborar com sacrifício para o enfrentamento da pandemia, com mais um encargo imposto a uma categoria já tão esgotada em sua carga de trabalho no enfrentamento da COVID-19 nos últimos dois anos, os médicos não deixarão de cumprir seu compromisso de bem servir às necessidades da população. Contudo, entende que este sacrifício não pode ser feito de forma isolada. Há necessidade de que mais medidas sejam tomadas para reduzir a alta transmissibilidade da variante Ômicron em nosso Estado, diminuindo a superlotação de pacientes existentes nas emergências, UPAS e policlínicas.

O CREMEPE é uma autarquia pública criada há mais de seis décadas com o objetivo de seguir os preceitos legais a ela outorgados, zelando pela boa prática da medicina, fiscalizando o exercício ético da profissão e sempre exigindo melhores condições de trabalho para a categoria médica. Ao longo da sua existência, o CREMEPE cumpre seu papel institucional em defesa da ética, respeitando os preceitos legais, no princípio fundamental que a medicina é uma profissão à serviço da saúde do ser humano e da coletividade, atuando sempre no sentido de termos uma medicina ética e de qualidade.