Kit Covid

Senador Randolfe vai ao STF contra Ministério da Saúde por recomendar cloroquina e contestar vacina

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) decidiu acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com uma notícia-crime contra o Ministério da Saúde, que vetou diretrizes do próprio ministério que contraindicam o uso de medicamentos do chamado “kit Covid”.

Além da notícia-crime, ele pretende entrar, já na segunda-feira (24), também com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) contra o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da pasta, Hélio Angotti Neto, segundo informou o senador ao portal Metrópoles em matéria divulgada neste domingo (23).

Angotti Neto assinou o nota técnicos divulgada na sexta-feira (21) no Diário Oficial da União (DOU) na qual justifica os vetos aos protocolos elaborados em relatório pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Conitec. Nesse relatório, a Conitec orienta o Ministério da Saúde a não adotar, sobretudo no tratamento de paciente com Covid-19 hospitalizados, medicamentos tais como hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina. 

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A Conitec se amparou em estudos comprovando que tais remédios são ineficazes contra o coronavírus e podem, ao contrário, agravar a saúde dos pacientes internados. 

Em uma das argumentações da nota técnica assinada por Angotti Neto, ele cita o “respeito à autonomia profissional” e a “necessidade de não se perder a oportunidade de salvar vidas”, tirando do Ministério da Saúde a responsabilidade por uma definição do tratamento adequado para pacientes com Covid-19. O secretário também acusou a equipe da Conitec de seguir um “possível viés na seleção de estudos e diretrizes”.

Convocado a prestar depoimento no Senado

Outro senador que reagiu a essa nota técnica foi Humberto Costa (PT-CE), que vai encaminhar, também na segunda-feira, requerimento para convocar Hélio Angotti a prestar depoimento na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, de acordo com o Metrópoles.

Neste domingo, a Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) publicou uma nota de repúdio a essa nota técnica do Ministério da Saúde. 

“Fármacos como a cloroquina, a ivermectina, entre outras, surgiram como opções legítimas, e todos nós gostaríamos que tivessem sido realmente eficazes. Mas, infelizmente, não o foram. Após inúmeros estudos sérios e bem conduzidos, os dados globais indicaram que o tratamento através do reposicionamento destes fármacos não apenas não afeta o curso da Covid-19, como pode colocar ainda mais em risco a saúde do paciente”, reforça a nota da SBV.

Fonte: otempo.com