Opinião

Guilherme Boulos diz que Geraldo Alckmin como vice de Lula é ‘mau sinal’ e ‘opção arriscada’

Em entrevista a CartaCapital, nesta terça-feira, 18 de janeiro, o pré-candidato a governador de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos chamou de “mau sinal” a possibilidade de que o ex-tucano Geraldo Alckmin seja lançado como vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a eleição presidencial deste ano, lembrou a atuação de Michel Temer (MDB) como vice de Dilma Rousseff (PT) e disse que Alckmin seria uma escolha “muito arriscada”.

“Nós vivemos, há cinco anos, um golpe parlamentar no Brasil, numa situação em que a presidenta Dilma, do PT, tinha um vice, o Temer, do MDB, que representa historicamente o mesmo campo político que o Geraldo Alckmin, e que, num momento de instabilidade política do governo, atuou de maneira deliberada para derrubar a Dilma”, afirmou Guilherme Boulos.

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“Nós não sabemos como vai ser o Brasil em 23 e 24. Se você tem um cenário de conflagração de um conflito de interesses forte entre o governo e o mercado financeiro e setores do Centrão, ele [Alckmin] já tem uma solução pronta no Palácio do Jaburu esperando. É uma opção, além de tudo, muito arriscada”, declarou.

Boulos criticou a passagem de Alckmin na chefia do governo do estado de São Paulo, especialmente entre 2011 e 2018, quando foi responsabilizado “politicamente” por operações de despejos, como no caso de Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), em 2012. Nas palavras do pré-candidato do PSOL, o ex-tucano “comandou uma operação de guerra” na ocasião, que resultou em “barbárie”.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto citou ainda o aumento da letalidade por ações policiais, os atritos com as ocupações de escolas públicas e a abertura de capital da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, que entrou na Bolsa de Valores em Nova York durante a primeira gestão Alckmin (2001-2008) e foi submetida a um processo de privatização da estatal.