Ajuda

Banco Nacional de Perfis Genéticos já auxiliou em mais de 3 mil investigações criminais; Caso Beatriz teve a ajuda do material genético armazenado no banco

Com cerca de 102 mil perfis genéticos de criminosos condenados e de vestígios colhidos nos locais de crimes, o Banco Nacional de Perfis Genéticos já auxiliou em mais de 3,4 mil investigações criminais no Brasil. O banco é coordenado pelo Ministério da Justiça e teve os investimentos reforçados, somando R$ 150 milhões desde 2019.

“[O banco] Representa um grande avanço no combate à criminalidade uma vez que proporciona um número maior de elucidação dos crimes, em especial dos crimes sexuais e contra a vida, efetivando a justiça em todos esses casos e diminuindo a impunidade em nosso país”, afirmou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

“Em 2018, o BNPG totalizava 7 mil condenados cadastrados e, hoje, temos mais de 102 mil. O número é quase 15 vezes maior do que o registrado. Desde o início da gestão do Presidente Jair Bolsonaro, o ministério investiu cerca de R$ 150 milhões para o fortalecimento da Rede, que já auxiliou em mais de 3,4 mil investigações criminais no Brasil”, destacou.

Coleta de perfis e identificação de acusados

Criado em 2013, o banco auxilia as investigações criminais por meio da prova pericial do DNA. Com o material, é possível identificar a autoria de fatos criminosos sem solução, comprovar a inocência de suspeitos e ainda relacionar um determinado caso com outras investigações das demais esferas policiais.

Qualquer crime que o infrator deixe material biológico é passível de elucidação usando as informações armazenadas no banco. Mesmo em crimes contra o patrimônio, homicídios cometidos com arma de fogo, não raro o criminoso deixa seu material biológico no local.

O material genético é coletado pela perícia no local do crime ou no corpo da vítima. Além de exames feitos pelas vítimas de violência no Instituto Médico Legal (IML) a coleta é feita também dos condenados nos casos previstos em lei.

A maior parte dos perfis de criminosos armazenados é ligada a pessoas envolvidas em casos violentos e de abuso sexual. Essa semana, o autor do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, ocorrido em 2015, em Pernambuco, foi identificado com a ajuda do material genético armazenado no banco. O homem está preso por outros crimes, por isso suas informações já contavam no banco de dados do Banco Estadual de Perfis Genéticos.

“Esse é um projeto estratégico do Ministério da Justiça que visa auxiliar a elucidação de crimes, as investigações criminais no Brasil. Mais uma vez obtivemos o resultado positivo, conseguimos identificar o autor desse crime bárbaro”, ressaltou o ministro Anderson Torres.

Ver mais: 

>> Caso Beatriz: assista os principais momentos da coletiva de imprensa em uma edição especial com os detalhes da identificação do assassino

Participação nacional

Todas as 27 unidades da federação contam com laboratório de genética forense em suas instituições de perícia oficial. Cada estado faz a adesão à rede para alimentar o banco de perfis genéticos nacional. Atualmente, 22 laboratórios alimentam rotineiramente o banco nacional. Por meio desse repositório central, todas as instituições de perícia conseguem compartilhar e comparar perfis genéticos obtidos em diferentes regiões do país.

Outro crime que contou com a ajuda dessa ferramenta foi a identificação de um dos acusados de ter participado de assalto à empresa de transporte, em 2016, na Baixada Santista (SP). Ele foi preso em 2019 e foi possível identificar seu material genético em cinco locais de crime diferentes.

Como funciona

Vestígios como fios de cabelo, sangue e outros materiais biológicos, são coletados no local do crime ou no corpo da vítima e em exames realizados nas vítimas no Instituto Médico Legal (IML).

A coleta é feita também em condenados por crimes graves e hediondos. A partir de lei aprovada em 2012, ficou determinado que é obrigatória a identificação do perfil genético de condenados por crime com violência de natureza grave, como homicídios, latrocínio, sequestro e estupro, ou em casos que sejam determinados pelo juiz.

Uma vez que os estados aderem à rede e alimentam o banco de perfis genéticos nacional, as instituições conseguem fazer o cruzamento de dados.

Da redação do Portal com informações do Governo do Brasil