Prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, afirma ter se colocado à disposição da Polícia para ser ouvido desde setembro de 2021 e oportunidade não foi dada

O prefeito da cidade do Paudalho, Marcelo Gouveia, é o agente político investigado na Operação de Repressão Qualificada denominada de Sujeito Oculto, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco, na manhã da quarta-feira, 12 de janeiro, supervisionada pela Chefia de Polícia Civil, vinculada à Diretoria Integrada Especializada (DIRESP) sob a Presidência do Delegado de Polícia Diego Pinheiro de Sousa da 2ª DECCOR.

Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Paudalho, Recife, São Lourenço da Mata, Jaboatão dos Guararapes e Camaragibe, envolvendo 90 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.

Durante entrevista realizada na quinta-feira, 13 de janeiro, para A Voz de Pernambuco ao comunicador José Mailson, o delegado responsável pelas investigações revelou que o agente público envolvido se trata do prefeito de Paudalho Marcelo Gouveia e detalhou como se deu a ação policial.

Assista a entrevista por completo:

https://youtu.be/HaG1gjwz0UE

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O prefeito afirma e apresento documento de petição de setembro de 2021 solicitando para ser ouvido pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), para apresentar a sua versão dos fatos, mas, que não foi atendido. 

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Entenda

Uma denúncia anônima informou que uma empresa com atuação na cidade de Paudalho seria de fachada, e que o seu sócio administrador seria “laranja” do prefeito Marcelo Gouveia. Após verificações que a referida empresa não tinha qualquer capacidade financeira, técnica e operacional para participar de licitações, foi instaurado o Inquérito Policial.

Em diligências foi constatado que os representantes da empresa de fachada tiveram vínculos empregatícios com uma empresa do prefeito Marcelo Gouveia, bem como com a Prefeitura de Paudalho, e que em três licitações da cidade de Paudalho, esta empresa de fachada utilizou documentos falsos para se habilitar na licitação, o que caracteriza fraude às licitações.

Posteriormente, foi verificado que foi criada outra empresa de “fachada”, cuja sócia administradora é a mãe do prefeito Marcelo Gouveia , sendo esta empresa gerida pelo assessor do atual prefeito de Paudalho.

Foi verificado que esta segunda empresa era representada nas licitações por um dos gestores da primeira empresa de fachada, e que em três licitações, de cidades distintas, essas duas empresas concorreram entre si, onde a segunda empresa de fachada sempre se sagrava vencedora, ficando caracterizada a fraude nas licitações, tendo em vista que duas empresas do mesmo proprietário de fato concorreram entre si, dando a
falsa impressão de concorrência às licitações.

Há indícios que as empresas de “fachadas”, e os sócios “laranjas” das mesmas, estariam sendo utilizados para a lavagem de dinheiro decorrente das licitações fraudadas.

O que diz o Prefeito?

A matéria foi atualizada nesta sexta-feira, 14 de janeiro de 2022, para inserir a nota de esclarecimento do gestor.

Confira a nota na íntegra do prefeito Marcelo Gouveia

1- A empresa investigada tinha três contratos na cidade, mas antes mesmo da denúncia ser realizada esses contratos já haviam sido cancelados pela Prefeitura Municipal do Paudalho. Os serviços prestados por essa empresa ao município equivaleram a cerca de R$12 mil reais

2- A empresa da família do gestor municipal não tem nenhuma ligação com a empresa investigada. Vale ressaltar que o prefeito é formado em engenharia pela Universidade de Pernambuco (UPE) e não há nenhum impeditivo legal de ser responsável técnico das empresas de sua família, e que sua família atua no mercado da construção há mais de 30 anos, sendo essa a fonte de renda principal de seu núcleo familiar.

4- Ressaltamos também que nenhuma das empresas da família participou de processos licitatórios no município de Paudalho e que sua atuação no mercado se deu com clientes privados e públicos, conforme a lei e dentro de todas as normas vigentes, com transparência e qualidade.

5- Também deixamos claro que o prefeito não tinha conhecimento que o prestador de serviço da empresa de sua genitora mantinha vínculo ou fazia parte de qualquer quadro societário de empresa ou participava de licitações de outras instituições.

6- Por fim, queremos deixar claro que desde setembro de 2021 peticionamos a solicitação para sermos ouvidos pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), que infelizmente ainda não foi atendido para darmos a verdadeira versão dos fatos. Esperamos que a verdade prevaleça e que tudo seja devidamente apurado e esclarecido.

O que diz a Prefeitura?

O e-mail enviado para Prefeitura do Paudalho solicitando resposta, caso tenha interesse, até o momento desta publicação não foi respondido.