Gleisi Hoffmann defendeu uma revisão urgente da legislação em torno da reforma trabalhista, como está sendo discutido na Espanha. “O que a Espanha está fazendo é muito importante, constituíram uma comissão tripartite, trabalhadores, empresários, governo, e estão discutindo uma nova legislação trabalhista, adequada ao momento que estamos vivendo. Não é retirando direitos dos trabalhadores que você vai melhorar a situação da economia, das pessoas”, ressaltou.
“A reforma trabalhista que foi implementada no Brasil não trouxe resultado positivo, não aumentou o número de empregos”, frisou Gleisi Hoffmann. “Ao contrário, o desemprego está evoluindo, os trabalhadores estão ganhando menos, a renda está baixando. Há tipos de contratação que não dão sequer o direito de o trabalhador ganhar um salário mínimo por mês. Não é essa a saída para o Brasil”, destacou.
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“Claro que nessa discussão da reforma trabalhista, precisamos nos preocupar muito com as pequenas e micro empresas, que precisam ter um tratamento diferenciado, uma compensação. Mas não é retirando direito de trabalhar que vamos melhorar o país”, argumentou.
Sindicatos
Gleisi Hoffmann também criticou o enfraquecimento da representação trabalhista nos sindicatos. “Quem tem mais dinheiro ficou mais forte. A relação não é equilibrada. Os trabalhadores estão nas mãos dos interesses do patronato, sem condições de lutar pelos seus direitos, com sindicatos enfraquecidos. Os sindicatos são importantes para fazer a defesa do conjunto dos trabalhadores”, pontuou.
Ela avalia que houve um enfraquecimento da justiça do trabalho. “Hoje o trabalhador tem de pagar para entrar com uma ação na justiça do trabalho. A maioria dos trabalhadores ganha até dois salários mínimos, quem tem dinheiro para fazer isso [ação] quando se sente injustiçado? A corda acaba arrebentando do lado mais fraco”, lamentou. “Temos de ter uma alternativa para os sindicatos sobreviverem. Se não for a contribuição sindical, temos de pensar em alguma alternativa. Não era o momento de retirar, depois de tanto tempo. Sem sindicatos, não há defesa dos trabalhadores”.
Fonte: Site PT
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