Mídia

Livro com a biografia oficial de Lula faz críticas à imprensa nacional: "Era uma marretada por dia"  

No livro com a biografia oficial de Lula, que acabou de chegar as livrarias, escrito pelo jornalista Fernando Morais, a uma apêndice exclusivamente para criticar o trabalho da imprensa nos anos recentes, em especial depois do lançamento da operação Lava Jato, pela Justiça de Curitiba, a partir de 2014.

Embora o petista possa afirmar que as palavras são do biógrafo, o ex-presidente já tinha expressado desejo de ‘controlar’ a imprensa com uma proposta de regulamentação da mídia, e depois recuou.

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“A alavanca que moveu o Brasil a favor de Moro e durante meses cravou na testa de Lula a pecha de “ladrão” tem nomes, donos e endereços públicos: os grandes veículos de comunicação do país”, escreveu.

É usado como argumento um estudo exclusivo para o livro de uma instituto chamado “Manchetômetro”, da UERJ e tocada pelo cientista político João Feres Júnior.

“A vitória de Bolsonaro nas eleições, em outubro de 2018, ao contrário do que se poderia supor, não tirou Lula da mira dos três jornais, que prosseguiram na espantosa campanha”, aponta. “Nos editoriais, idem, era uma marretada por dia”, observa.

O autor cita que foram 28 positivos em 2173 editorias dos três maiores jornais, nos três anos que antecederam as eleições de 2018.

Fernando Morais diz que, entre os três grandes jornais, o Estadão “foi de longe o mais implacável algoz de Lula”. De acordo com o biógrafo, “nada se compara à cobertura do televisivo Jornal Nacional, do qual se esperaria alguma isenção editorial”, afirma.

“Ao longo do período avaliado pelo Manchetômetro foram apenas 21 citações positivas contra 705 negativas e 403 neutras”, contabiliza.

Em tempo de tV, seriam 43 horas de críticas, contra uma hora de notícias favoráveis. O próprio Lula já usou a mesma estatística em entrevistas.

A exemplo de Bolsonaro, um dos principais alvos é a Rede Globo de Televisão, secundados pela Bandeirantes e os canais do pastor Edir Macedo, da Igreja do Reino De Deus, bem como Folha de São Paulo, Estadão, Globo e a revista Veja, no impresso.

O biógrafo faz apenas uma concessão aos meios de comunicação a partir do início de 2021, quando as noticias neutras ultrapassam as negativas. Mas o mérito não é dado aos meios de comunicação.

“O período coincide com a reviravolta na Lava Jato, quando o Supremo anula os processos contra Lula, restituindo o direito de se candidatar à Presidência da República, além de aceitar a acusação de suspeição e parcialidade contra o ex-juiz Sergio Moro”.