Denúncia

Ex-aliada do presidente Bolsonaro revela que partiu do próprio Governo a orientação para atacar o STF  

Sara Winter, ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro, revelou que partiu do Planalto a orientação de atacar o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista a Revista ISTOÉ, ela contou detalhes das articulações do “Acampamento dos 300”, instalado em maio de 2020, em Brasília, e formado por apoiadores do presidente.

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Ela falou na entrevista que chegou a ser presa por conta do ato, revelou alguns nomes de parlamentares, ministros e do presidente Bolsonaro na orientação para atacar a imprensa, o STF e o então presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Ela também deixou claro na entrevista a influência direta de Bolsonaro sobre o grupo e afirma que, durante o acampamento, ficou combinado que o presidente não podia ser o “protagonista para não sofrer represálias”.

Sobre a atual relação com o governo, Sara diz que está com medo.

“Tenho medo da esquerda, medo de um fanático e medo do governo. Em janeiro eu anunciei que eu ia contar tudo que eu sabia sobre o bolsonarismo. O Planalto surtou e fez uma reunião ministerial. A Damares foi chamada. Eu não sabia o que eles tinham tanto medo do que eu possa tornar público”, diz ela, que planeja ir com o filho morar no México.

Sobre o presidente, a ativista jogou a toalha.

“Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”, aponta.

A denúncia de que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, teria orientado manifestantes pró-governo a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter no sábado.