Artigo

Artigo: É real a bipolaridade política no Brasil?

Para um neófito em visão política o Brasil parece viver uma realidade bipolar. Visto desse modo, de um lado temos os militantes progressistas e, de outro, enlouquecidos conservadores.

A meu ver as coisas estão longe dessa verdade. Parece-me é que nos espaços de poder, ignorados pelos conservadores, cedeu-se espaço aos progressistas. O Brasil não está partido em dois. Uma forte liderança em algumas e importantes instituições democráticas quer nos fazer pensar isso.

O fato

Militâncias revoltadas guerreando entre si dão a impressão de que o país está cindido. Não está. Os conservadores ainda são maioria desse povo que, segundo censos anteriores, acredita em Deus e na família.

Em se tratando da democracia é importante a alternância de poder. A história está aí para mostrar que bons políticos, tanto de direita quanto de esquerda, já fizeram muita coisa boa pelo Brasil. Ninguém com a sanidade perfeita desmentiria esse fato.

A meu ver o problema começou quando a esquerda foi para seus extremos ideológicos usando toda a influência possível. A televisão, a cultura, as artes, a música, o cinema, as universidades: não restou uma plataforma que, de alguma forma, pudesse propagandear maciçamente o comunismo.

Exemplos

Não basta defender a dignidade de tratamento social para com pessoas homoafetivas. Tornou-se necessário criminalizar toda opinião que não abarca esses indivíduos no conceito tradicional de família.

Foi-se além: há uma tentativa grosseira de enfiar no conceito de cultura toda espiritualidade religiosa de matriz africana. A religião é Espiritualidade tanto quanto não é Cultura (ainda que a Cultura abarque a religiosidade).

A questão religiosa

Ora, se as religiões em questão abordam, de certos pontos de vista (como o da reencarnação) certos entendimentos sobre gênero que diverge do sexo biológico, está tudo bem. Mas por que um cristão não pode abordar o mesmo tema do ponto de vista da teologia que professa? Por que o pensar diferente tem que ser criminalizado?

O mundo está ficando é deveras chato. A beleza da diversidade humana está saindo do palco. Quem anseia mais que tudo o protagonismo da peça principal nesse teatro da vida é uma implicância comunista mal disfarçada.

O novo Marx

A parte contemporânea da ideologia de Karl Marx ainda não gosta de “diálogos com a burguesia”. É por isso que certas leis progressistas parecem rudes colagens de frases de efeito, mas não oferecem objetividade em sua implementação no mundo real.

O que fica implícito é que não houve debate com quem pensa diferente quanto ao assunto.

Há exceções?

É importante ressaltar que nem todo simpatizantes da esquerda compra o pacote ideológico todo. Não é a esses que me refiro. Sejam ou não políticos, entre aqueles há gente que viu nas pautas da esquerda uma forma efetiva de ajudar pessoas necessitadas. Não devem ser demonizadas por isso.

No entanto, recentemente é muito difícil mensurar o quanto representantes poderosos da esquerda querem desconstruir o próprio conceito de democracia.

De onde veio tanto “ódio”?

O chamado “discurso de ódio”, acredito, foi criado, não diante da observação das relações humanas reais. Penso que tal frase expressa o sentimento de quem não tolera viver numa sociedade em que existam conservadores.

Nos anos 70 e 80 acreditava-se tanto no “paz e amor” quanto na “nova era” mística como indícios de que a evolução da humanidade obedeceria a princípios como esses. Pena que nossa geração escolheu acreditar na evolução pelo caminho do ódio.

Odeia-se a Deus (chamando-O de opressão patriarcal) odeia-se a família tradicional (chamando-a de opressora e patriarcal) e odeia-se quem professa valores cristãos e/ou o liberalismo econômico (chamando-os de intolerantes e propagadores de ódio).

E o Futuro?

Estou curiosa para ver o fruto desse montante de sentimento negativo investido em tudo e todos que não se identificam com cada um os “valores democráticos” da ideologia comunista. Fico aqui só imaginando o tipo de sociedade fantasiada pela cabeça de tantas lideranças importantes que usam a opressão como sinônimo de bem social.

Certamente o resultado não será algo de cunho evolutivo, já que massificar o pensamento e mandar até mesmo no jeito de falar alheio não tem nada a ver com Liberdade, Dignidade ou Transcendência Espiritual.