Segundo o vice-procurador, a frase “ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, dita por Bolsonaro em discurso na Esplanada dos Ministérios, não indica o anúncio de um “mal futuro” que caracterizasse a prática de crime.
Randolfe também pediu investigação sobre o financiamento dos atos em favor do presidente no feriado da Independência. Esse caso, para o qual ainda não há manifestação da PGR, é relatado pela ministra Cármen Lúcia.
Em um discurso para dezenas de milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro elevou o tom de suas ameaças e afirmou que não respeitará todas as decisões vindas do Judiciário. Segundo o presidente, qualquer sentença “que venha fora das quatro linhas da Constituição” não será cumprida por ele nem por seus ministros.
“Este ministro em específico do Supremo Tribunal Federal perdeu o direito de estar dentro daquele tribunal”, disse. Apesar de o presidente não ter dito qualquer nome, seus apoiadores mais próximos ao trio elétrico gritavam “Moraes na cadeia”
Bolsonaro também mandou recado ao presidente do Supremo, Luiz Fux.
“Nós não podemos continuar a aceitar uma pessoa específica da região da Praça dos Três Poderes continue barbarizando nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República.” Novos ataques ao Supremo foram feitos no mesmo dia por Bolsonaro, em discurso na Avenida Paulista.