Declaração

Renan Calheiros chama Bolsonaro de "serial killer" e diz que presidente tem 'compulsão por morte'

O relator da CPI da pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), chamou nesta terça-feira, 26 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro de “serial killer”, durante entrevista a jornalistas antes de comparecer a sessão para votação do relatório final da comissão.

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O senador comentou a declaração de Bolsonaro, feita na semana passada, em transmissão ao vivo por uma rede social, na qual o presidente associou falsamente as vacinas contra a Covid e a Aids.

“Essa responsabilidade é de muita gente, tem muitos indicados, mas ela é principalmente desse presidente, desse ‘serial killer’, que tem compulsão de morte e continua a repetir tudo o que fez anteriormente. Agora com a declaração de que a vacina pode proporcionar Aids, ele demonstra claramente que não tem respeito nenhum com a vida dos brasileiros”, afirmou Renan.

Girão acusa Renan de parcialidade e diz que CPI foi ‘omissa’

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) leu voto em separado em que critica os trabalhos realizados pela CPI. Ele acusou Renan Calheiros (MDB-AL) de ser um relator parcial, disse que a comissão foi “omissa” na investigação de governadores e prefeitos e afirmou que alguns parlamentares usaram “técnicas interrogatórias de antigas delegacias de polícia”.

“Faltou vontade e faltou coragem para essa CPI fazer o seu trabalho. A CPI, já nos atos de sua instauração, elegeu um relator com flagrante conflito de interesses, pois seu filho é governador de um estado da federação envolvido nas investigações sobre o Consórcio Nordeste”, argumentou o senador.

Ainda segundo Girão, o colegiado construiu “uma narrativa” para tentar uma suposta demora para a compra de vacinas.

“Tentou-se, sem êxito, caracterizar a ocorrência de retardo na aquisição de vacinas, construindo-se uma narrativa de que a existência de um gabinete paralelo mais a adoção do negacionismo seriam os motores da questionável atuação do governo federal na pandemia. Entretanto, a CPI não considerou que os produtores de vacina não tinham a autorização da Anvisa. Ressalto, no entanto, que o governo federal agiu com lentidão para propor ao Congresso Nacional medidas legais que permitissem, com segurança jurídica, a assinatura dos contratos”, disse.