Oposição

CPI pedirá a Alexandre de Moraes para investigar fala de Bolsonaro que relaciona vacina da Covid-19 com a Aids

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que relacionou a vacina contra a Covid-19 à Aids durante live na última quinta-feira, 21 de outubro, será incluída no relatório final.

Além da inclusão da fala do presidente, a CPI pedirá ainda ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que Bolsonaro seja investigado pela mesma fala no âmbito do inquérito das Fake News, que é relatado por Moraes.

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A cúpula da CPI também solicitará às plataformas de redes sociais que suspendam as contas do presidente. “Recomendaremos às plataformas de redes sociais a suspensão e/ou o banimento do Presidente”, escreveu Randolfe no Twitter nesta segunda-feira, 25 de outubro.

“Temos um delinquente contumaz na Presidência da República! Informo que incluiremos, no relatório da CPI, a fala mentirosa e absurda de Bolsonaro associando a vacina contra a COVID-19 à AIDS. Além disso, encaminharemos ofício ao Ministro Alexandre de Moraes, pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news.”

Após relacionar a vacina contra a Covid-19 ao vírus da Aids, o Facebook e o Instagram excluíram o conteúdo da live. Segundo especialistas, não se conhece nenhuma relação entre a vacina e a Aids. As entidades ainda reforçam que pessoas que têm a síndrome devem ser vacinadas, inclusive com a dose de reforço.

Em uma entrevista à rádio Caçula FM, de Três Lagoas (MS), nesta segunda-feira (25), Bolsonaro comentou sobre a declaração na transmissão ao vivo da última quinta.

“Na segunda-feira (18), a revista Exame fez uma matéria sobre vacina e Aids. Eu repeti essa matéria na minha live e a Exame falou de Fake News. Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da revista Exame. E dois dias depois a Exame me acusa de ter feito Fake News sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo (…) certos órgão de imprensa são fábricas de Fake News”, disse o presidente.

“Quando eu erro, já errei no ano passado, eu me desculpo. Vocês também erram também, às vezes dão um número equivocado e no dia seguinte vocês retificam (…) Agora, comigo não. Mas tudo bem. Não vou dizer que faz parte da regra do jogo porque faz parte da regra do jogo deles, do meu não. Eu não ajo desta maneira. Nós queremos sempre a verdade. Dói. É mais difícil você enfrentar a verdade”, completou. A Revista Exame informou que não irá se posicionar sobre a declaração do presidente.