Cerimônia

Fundação Joaquim Nabuco realiza premiação dos vencedores do Concurso Nordestino de Frevo nesta terça (14)

O Brasil celebra o Dia Nacional do Frevo no dia 14 de setembro, e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promove uma festa para celebrar a cultura popular desse ritmo que arrasta multidões em todo o Nordeste.

A entrega dos prêmios aos vencedores do Concurso Nordestino do Frevo ocorre às 17h, no Complexo Cultural Gilberto Freyre, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Obedecendo ao protocolo do Governo do Estado, a live será fechada e os convidados irão assistir o evento por meio de uma transmissão no Cinema da Fundação/Museu, respeitando o distanciamento de 1 metro e meio entre as cadeiras.

Além disso, será solicitado o comprovante de vacinação contra a Covid-19 na entrada da cerimônia. O uso de máscaras é obrigatório. As canções inéditas premiadas pelo festival serão executadas pela orquestra do Maestro Duda, homenageado e diretor musical do certame, e pelo Coral Edgard Moraes. Tudo será transmitido pelo canal da Fundaj no YouTube.

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Além dos premiados já divulgados, que receberão seus prêmios, o evento vai revelar os vencedores nas categorias Melhor Arranjo e Melhor Intérprete.

“Será um dia para prestar homenagens a este monumento imaterial que é o frevo. Que forma melhor, senão prestigiando e fomentando o trabalho daqueles que, apaixonados, garantem sua existência? É compromisso desta Fundação a preservação do patrimônio do homem do Nordeste”, afirma o presidente da Fundaj, Antônio Campos.

No último dia 31, o ritmo de origem pernambucana foi revalidado como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Produtora e integrante do Coral Edgard de Moraes, Valéria Moraes reconhece a importância da inicitativa.

“Precisamos dar uma oxigenada e trazer novos compositores. Preservamos a tradição, não esquecemos o passado, mas miramos o futuro”, frisa a neta de Edgard.

Criado pelas filhas e netas do compositor, em 1987, o coral é símbolo do frevo de bloco e, por isso, executará no evento as composições “É Fantasia”, de Getúlio Cavalcanti; “Boêmio Sentimental”, de Alexandre Rodrigues e Heleno Ramalho; e “Martelo”, de Rafael Marques e Zé Manoel. A regência será do Maestro Marco César e sua tradicional orquestra de pau e corda.

Certame

O Concurso Nordestino do Frevo foi lançado pela Diretoria de Memória, Educação Cultura e Arte (Dimeca) em fevereiro de 2021. Ao todo, mais de 270 candidatos de sete estados do Nordeste do Brasil inscreveram composições na disputa.

Pernambuco liderou o número de inscrições, com 256. A categoria que recebeu mais composições foi Frevo Canção (92), seguida por Frevo de Bloco de Frevo de Rua, com 79 cada, e o novo hino da Turma da Jaqueira Segurando o Talo, com 19 obras.

Além das premiações em dinheiro, um álbum será produzido. Trechos das composições já estão sendo publicados nas redes sociais da Fundaj.

Enquanto isso, na concentração

A olindense Fátima de Castro é cantora, compositora e tem uma longa carreira dedicada ao frevo. São mais de 60 gravações para blocos e diversas composições que vão da bossa nova ao frevo. Em seu currículo, imprime as parcerias com o ex-marido Bráulio de Castro (em memória) e outros nomes, como Dimas Sedicias, Beto do Bandolim e Horton Coura.

Participante e testemunha da história do ritmo, ela elenca os festivais que disputou e alcançou o primeiro lugar na disputa de composições. Apesar disso, Fátima identifica que as canções não alcançam as ruas. No Concurso Nordestino do Frevo, ela divide a autoria do frevo canção “Biscuit de Elefante” com João Araújo.

“Participo de festivais de frevo desde 1990 e nunca tive nenhum desses frevos tocados. Há um bloqueio das rádios e televisões locais. A solução para atingir uma grande população seria uma adesão de massa dos meios de comunicação. Hoje, um grande nome da nossa música que é Getúlio Cavalcanti só tem uma música que é sucesso”, revela a compositora, que sugere que frevos novos ganhem divulgação antes do Carnaval.

“Capiba só é sucesso até hoje porque as rádios tocavam Capiba desde novembro. As músicas novas eram aguardadas como pão quentinho. A população ia para a rua cantando suas músicas”.

Da redação do Portal com informações da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj)