Declaração

Durante visita a Pernambuco, Lula diz que 'militares' do governo Bolsonaro estavam "montando uma quadrilha de comprar vacinas" 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez várias críticas a presença dos militares no governo Bolsonaro ao conceder entrevista aos jornalistas em um hotel no Recife, na tarde desta segunda-feira, 16 de agosto.

Lula alegou que a CPI da Pandemia no Senado Federal estaria revelando “a quantidade de coronéis” que estariam “montando uma verdadeira quadrilha de comprar vacinas”. 

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“A CPI está mostrando o que aconteceu com a quantidade de coronéis que em nome de institutos e ONG´s estavam montando uma verdadeira quadrilha de comprar vacinas. Eu não tenho conversa com os militares. Não há porque conversar com militares, não há porque conversar com Ministério Público, não há porque conversar com a Polícia Federal. Eles são instituições do Estado, eles têm funções a cumprir e tem que respeitar o regulamento e a constituição”, argumentou Lula.

O político foi questionado que tipo de interlocução ele eventualmente estaria construindo com as forças armadas. Ao responder a pergunta Lula disse que iria conversar com os militares caso fosse eleito presidente do Brasil em 2022. “Quando eu ganhar vou conversar, porque vou ser chefe deles e vou dizer o que eu penso e qual o papel deles”. 

Auxílio Brasil

Durante a entrevista, no qual as perguntas foram limitadas a pouco mais de quatro jornalistas, o ex-presidente  falou sobre o  novo auxílio do Governo Federal, que deverá substituir o Bolsa Família até novembro.

O petista afirmou que ficou “feliz” com o  aumento no valor do benefício: “Deveria ter feito há muito tempo”, disparou Lula.

Ao ser questionado se a mudança no Bolsa Família seria uma forma de Bolsonaro ser beneficiado e conquistar o eleitorado, Lula disse que “não é possível brincar com a pobreza”.

“Eu fico feliz se, de verdade, o povo possa receber um pouco mais de dinheiro. Mudar (o programa) de nome é uma coisa pequena. Se você não está bem com o seu marido, não é mudando de nome que você vai resolver o seu problema. Se o Bolsonaro não está bem na sua relação social, não é tentando mudar o nome de um programa social que vai melhorar”, disse Lula.