Opinião

João Campos: "O debate sobre a volta do voto impresso é descabido, retrógrado e vai na contramão da democracia"

O prefeito do Recife e ex-deputado federal, João Campos (PSB), criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso, que é uma das principais bandeiras do Presidente da República Jair (sem partido). Nas redes sociais, o socialista  classificou a proposta como retrógrada e que ‘ vai na contramão da democracia’.

Leita também:
>>> Voto impresso: confira como votaram os deputados pernambucanos em relação a proposta defendida por Bolsonaro

João Campos, que é o prefeito mais jovem entre as capitais, disse ainda que as urnas garante o pleito confiável e auditável.

“O debate sobre a volta do voto impresso é descabido, retrógrado e vai na contramão da democracia. Sou contra essa tentativa de retrocesso, que põe em risco o direito do cidadão ao voto secreto, é inadmissível. A urna eletrônica garante o pleito honesto, confiável e auditável”, escreveu Campos no Twitter.

Confira: 

Embora muito atuante nas redes sociais, o prefeito tem procurado não nacionalizar o debate. João Campos costuma usar as redes para divulgar as ações que tem realizado na cidade, como entrega de obras e ações que visão a retomada da economia.

Tramitação

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na sexta-feira, 6 de julho, que a decisão sobre a proposta de emenda constitucional que torna obrigatório o voto impresso será tomada pelo Plenário da Casa. Segundo Lira, a proposta é polêmica e tem dividido o País, e, por essa razão, é preciso da análise dos 513 deputados para uma definição. Para ele, “a disputa já foi longe demais”.

Na quinta-feira, 5 de agosto, o presidente já havia explicado que, pelo Regimento Interno, as comissões especiais têm caráter opinativo e não terminativo e, portanto, o relatório é apenas uma sugestão a ser analisada pelo Plenário.

“Não há nada mais amplo e representativo do que o Plenário se manifestar, só assim teremos uma decisão inquestionável. O Plenário é a expressão da nossa democracia e vamos deixá-lo decidir”, afirmou Arthur.

Segundo Lira, a decisão de levar a PEC do voto impresso para o Plenário da Câmara  garante a tranquilidade para as próximas eleições.

“Para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar o voto impresso para o Plenário para que todos os parlamentares possam decidir, estes que foram eleitos pelo voto eletrônico, diga-se de passagem”, disse o presidente Arthur.

Lira disse para não contar com sua participação em qualquer tipo de ação que rompa com a independência e harmonia entre os poderes. Ele reafirmou que vai continuar no caminho da institucionalidade e da defesa da democracia.

A proposta de emenda constitucional (PEC 135/19) que torna o voto impresso obrigatório foi rejeitada por 23 votos a 11 nesta quinta-feira pela comissão especial encarregada de analisar a proposta.