Fux diz que falas de Bolsonaro atacam o STF e decide cancelar reunião prevista entre chefes dos Três Poderes
O ministro relatou que, em julho, conversou com Bolsonaro sobre os limites do exercício da liberdade de expressão e o respeito entre os poderes.
Por Luiz Fernandes - Publicado em
6 ago de 2021, às 11:02
- Atualizado em 6 ago de 2021, às 11:04
Presidente do STF, Luiz Fux, e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Correa/PR
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, decidiu hoje (5) desmarcar uma reunião entre os chefes dos Três Poderes que estava sendo articulada para os próximos dias. A reunião estava prevista para ocorrer no mês passado, mas o presidente Jair Bolsonaro foi internado e o encontro não ocorreu.
A decisão de Fux foi tomada após recentes declarações de Bolsonaro sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso.
No encerramento da sessão desta quinta-feira, Fux fez um pronunciamento e anunciou que a reunião estava cancelada. O ministro relatou que, em julho, conversou com Bolsonaro sobre os limites do exercício da liberdade de expressão e o respeito entre os poderes.
“Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os chefes de Poder, entre eles o Presidente da República. O pressuposto do diálogo entre os Poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes”, declarou Fux.
Voto impresso
O presidente Jair Bolsonaro compartilhou, em suas redes sociais na noite de quarta-feira (4), dados de um inquérito da Polícia Federal (PF) que apura a invasão ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. Os documentos apontam que, na invasão hacker, informações da Corte teriam sido roubadas e outras diversas informações acessadas.
O primeiro foi um relatório do próprio TSE a respeito de uma invasão, realizada em abril de 2018 aos sistemas do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), que afetou, segundo a Corte, toda a base da Justiça Eleitoral brasileira. O ataque teria sido realizado entre os dias 18 e 21 de abril daquele ano.
O presidente ainda divulgou um documento constando 210 páginas do Inquérito 1468 da PF. O arquivo em questão traz as movimentações que a investigação teve ao longo dos últimos quase três anos de apuração. Nesse meio tempo, a Polícia Federal e a Corte trocaram informações a respeito das invasões realizadas ao sistema da Justiça Eleitoral, mas nada foi concluído.
Para ler os documentos, basta clicar nos links abaixo:
Jornalista formado pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), com atuação nas principais áreas da comunicação, como assessoria de imprensa, marketing digital, TV, fotografia, criação de conteúdos e gerenciamento de redes sociais. Participou do primeiro estágio visita do Senado Federal e assessoria de comunicação política nos últimos 2 anos.