Solicitação

Em entrevista, presidente da ACS-PE reitera alerta sobre saúde mental de PMs e Bombeiros

O presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Albérisson Carlos, reiterou, em entrevista concedida nesta quarta-feira (4) à TV Guararapes, que é preciso ter um cuidado maior com a saúde mental de PMs e Bombeiros que trabalham em uma condição de linha de frente ao perigo e que a pressão de obter resultados ocasiona em problemas psicológicos que precisam ser observados de uma maneira mais cuidadosa.

Ao falar sobre o caso do Soldado Igor, que foi encontrado morto dentro do carro em Boa Viagem, que a família espera há nove meses pela conclusão do inquérito para saber a real causa da morte.

“Sua família já sofre com isso e ainda sofre com a demora, a espera de uma conclusão de inquérito. E a gente sabe que do contrário em que fatos acontecem em que um Policial ou a Polícia Militar há uma celeridade, a gente sabe que os servidores não são culpados por essa demora, mas todo esse sistema de apuração da Justiça dessa demora prejudica o cidadão”, disse Albérisson.

O presidente da ACS-PE salientou que esse caso teve grande repercussão midiática e ainda não foi concluído e comparou com outros casos que não tem uma grande repercussão e muitas vezes demoram ainda mais para chegar a uma resposta.

Ver mais:

>> Após encontro na ACS-PE, presidente da Alepe solicita desconto na compra de armas para profissionais de segurança pública

Uma das possibilidades analisadas no inquérito é de suicídio e Albérisson frisou sobre a pressão que PMs sofrem e que precisa ser revista.

“Dados de 2019 comprovam que mais de 45 Policiais por dia no Brasil são afastados de suas funções por problemas médicos e principalmente problemas psiquiátricos. Há muito que a gente já vem alertando ao Poder Público que a Polícia Militar, que o Bombeiro Militar, principalmente os Policiais, por esta pressão de dar resultados, de baixos salários, por necessidade de ter um sistema de saúde que é pago pelo próprio Policial, isso está defasado hoje”, alertou.

Albérisson informou que a atual estrutura do Hospital Militar do Recife não tem psiquiatras para atender a demanda e que o afastamento de um Policial prejudica, pois “se ele não tiver dinheiro para bancar o seu próprio tratamento, isso é muito perigoso, pois em muitos dos casos acontecem suicídios”.

Foi solicitado que o Governo do Estado tenha um olhar mais aprofundado pelo Hospital da Polícia de Recife a Petrolina.

“Quem possa combater esse tipo de situação para que a sociedade também não sofra, pois se 45 Policiais no Brasil são afastados por dia, imagine isso em uma multiplicação em aqueles que passam um ano, dois anos, três anos, fazendo tratamento e lamentavelmente em muito dos casos acaba ocorrendo o suicídio”, concluiu.