Opinião

Daniel Coelho após Bolsonaro sinalizar apoio ao 'fundão' de R$ 4 bilhões: "Dificilmente cumpre com o que fala"

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai vetar o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso Nacional, mas voltou atrás e afirmou que o sancionaria se fosse de R$ 4 bilhões. Com isso, o deputado federal Daniel Coelho (CID) afirmou que, mais uma vez, o chefe do Executivo federal não cumpriu com a sua palavra.

No dia 19 de julho, durante encontro com apoiadores, o militar da reserva disse que não tinha a obrigação de aceitar tudo o que era encaminhado para ele do Legislativo e que “a tendência” seria não sancionar.

“Em um primeiro momento eu cheguei a me animar porque o presidente disse que iria vetar, mas logo depois ele voltou atrás, como é uma praxe do presidente Bolsonaro, que dificilmente cumpre com aquilo que fala. Ele tem uma palavra e outra atitude. Ele disse que iria vetar o fundão e agora vai sancionar R$ 4 bilhões. A gente com um problema grave de covid, de desemprego, com inúmeras prioridades que deveriam ser colocadas e ainda topar de mandar R$ 4 bilhões (para o fundão)”, declarou Daniel.

A LDO determina as regras para elaboração do Orçamento, incluindo as previsões de receitas, despesas e a meta fiscal. Ela foi aprovada no Congresso em 15 de julho.

A previsão do valor para campanhas políticas em 2022 foi incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enquanto o texto estava tramitando na Câmara e no Senado.

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Ainda de acordo com Daniel, no dia da votação da Câmara ele se absteve de votar, mas com um conjunto de parlamentares acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que a votação seja anulada.

“Eu vou continuar lutando, não para que Justiça determine o valor do fundão, que não é papel dela fazer isso, mas para que considere a ilegalidade daquela votação. A votação tem que ser nominal, com a transparência que pede a Constituição Federal. A população brasileira tem o direito de saber quem é o deputado e o senador que é a favor desse fundão. Eu só quero isso”, cravou.

Daniel Coelho também criticou a proximidade do presidente com partidos do Centrão, relação que culminou, inclusive, com a nomeação de Ciro Nogueira (PP) para a Casa Civil.

“Alguém que foi eleito para combater o toma lá dá cá, dizendo que não faria acordo com o centrão, agora nomeia o Ciro Nogueira, que é conhecido como um cara da velha política, como um cara do toma lá dá cá, para a Casa Civil, uma cadeira onde sentou, na época de Lula (PT), José Dirceu, que ele tanto criticava. É uma grande decepção o governo de Bolsonaro”, disse o parlamentar.