Artigo

Artigo: A CPI da Pandemia e o 'jeitinho brasileiro' na arte de produzir notícia

No Brasil atual não poucas emissoras deixaram de se preocupar com a veracidade dos acontecimentos. Quando elas não tem um crime a ser condenado, emitem uma opinião travestida de fato. Assim, o modo de pensar de certos jornalistas é que cria e dá forma a ditas infrações penais alheias.

O governo federal tem vivido grandes acertos e sérios erros. Bolsonaro promoveu ações que desencadearam consequências gravíssimas para o presente e o futuro. Mas sua governança também conta com o mérito de mudanças estruturais que, igualmente, estão moldando nossas vidas para melhor.

Tratar de acertos e equívocos de maneira clara seria, em teoria, o papel de uma imprensa eficiente e ética. Ao que parece, tal realidade é a exceção, ao invés da regra, em nosso país.

Há alguns dias estamos diante de uma importante CPI. Temos agora uma oportunidade grandiosa de avaliar como gestores públicos usaram recursos destinados à Pandemia.

Os caminhos investigativos proporcionados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito tem capilaridade inigualável. Mas o que, na prática, tem sobressaído no telejornal diário sobre o assunto?

Será que não é o nome do presidente da República e o descredenciamento dele como líder nacional capaz de governar? Se em Manaus há uma crise porque faltou oxigênio hospitalar, a culpa é inilateralmente de Bolsonaro. Se em outro estado adquiriram-se respiradores de uso veterinário… a culpa é de toda de Bolsonaro também. Será isso um fato? Ou é opinião oferecida como tal?

Muitos telejornais parecem um disco arranhado, de tanto que repetem as mesmas reclamações. E quando seus apresentadores avocam para si o direito de fazer críticas especializadas, a situação fica pior.

Nitidamente percebe-se, não o pretenso descontentamento do apresentador, e sim, a simpatia ideológica que o nutre. Em alguns casos até frases inteiras de políticos que antagonizam Bolsonaro desfilam na fala desses telejornalistas.

Como muitos brasileiros, tenho a expectativa de que a CPI da Pandemia redunde em processos condenatórios e prisões de gestores corruptos. Eu espero que ela fomente a transparência de todo o caminho seguido pelo dinheiro público que é destinado à Saúde e áreas de importância equivalente.

Infelizmente muitos canais de TV tentarão induzir seus telespectadores a unicamente demonizar Bolsonaro no contexto dos informes sobre a CPI. E tudo que disserem a título de informação será pautado apenas nesse enfoque.

Mas se na conclusão dessa CPI for apenas esse o desfecho das investigações, penso que o alarmante nível de obtusidade de nosso Congresso deverá constar, obrigatoriamente, no Guiness Book. Nosso jornalismo de fachada e nossos políticos sem compromisso ético terão gritado ao mundo que, nesse país não é a justiça que reina. O que nos governa é a sede onipresente pelo poder.

Mas se a CPI da Pandemia responsabilizar corruptos que se apropriaram de recursos públicos, ela cumprirá seu papel político. Nenhuma CPI não deveria ser plataforma de intenções eleitoreiras. Esse instrumento republicano é, sim, um recurso democrático estratégico cujo objetivo maior é servir â Cidadania