Investigação

Quatro assessores de Carlos Bolsonaro sacaram R$ 570 mil em dinheiro vivo

Na manhã desta segunda-feira (15), o site de notícias UOL divulgou uma matéria dizendo que ao menos quatro funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro sacaram 87% de seus salários em espécie, ou seja, em dinheiro vivo. Ao todo, os quatro retiraram um valor de R$ 570 mil. De acordo com o site, o intenso volume de saques de assessores do filho do presidente Jair Bolsonaro é semelhante ao padrão apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) na suposta organização criminosa que funcionava no gabinete e Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A defesa do parlamentar disse que não vai se manifestar, pois os processos em questão estão em sigilo. Desde o mês de julho de 2019 o Ministério Público do Rio de Janeiro investiga a suspeita da nomeação de funcionários considerados fantasmas e prática de rachadinhas no gabinete de Carlos Bolsonaro.

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Caso das rachadinhas

Os dados acima constam na quebra de sigilo bancário dos quatro assessores, autorizada no âmbito da investigação sobre a prática de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro — para quem eles também trabalharam — quando era deputado estadual na Alerj.

O saque de altos percentuais do salário também também foi um método utilizado por um grupo de quatro assessores de Jair Bolsonaro, quando ele exerceu o mandato de deputado federal. Eles retiraram 72% dos salários em dinheiro vivo.

Os cálculos do UOL consideram os saques que, com certeza, têm origem nos salários recebidos. Ou seja, não é possível que esses valores sacados sejam fruto de outras fontes de renda.

O diretor-executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão, afirma que os dados apontados pela reportagem reforçam a suspeita de uma atividade ilícita.

“Existem fatores adicionais de suspeitas de atipicidade, que envolvem o saque quase completo do salário de funcionários públicos, ligados a pessoas com mandato. Além disso, existe a proximidade com as datas de pagamento do salário”.

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) está no sexto mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Assumiu o cargo em 2001, aos 18 anos, e lá permanece.

Fonte UOL