Afastamento

Confira jornalistas afastados de emissoras após criticar governo Bolsonaro

Com algumas emissoras como: Record, o SBT e a RedeTV! aproximadas ao Governo Federal, a opinião de seus jornalistas foi fadada a ser apenas informativa e sem expressar repúdio ou controvérsias em casos de serem negativas ao governo Bolsonaro.

Com essa política sendo adotada pelas emissoras, alguns nomes do jornalismo acabaram ser demitidos ou afastados, após os jornalistas terem expressado opinião negativas em relação ao presidente em suas redes sociais ou de maneira pública.

  • Rachel Sheherazade 

Conhecida por ter uma postura mais ligada à direita e extrema-direita, sempre com discursos firmes e a favor aos pensamentos mais conservadores. Rachel teve uma mudança de algumas opiniões e passou a fazer algumas críticas ao governo e ao próprio presidente Jair Bolsonaro.

Em sua primeira ‘punição’, a jornalista usou as redes sociais para explicar o porquê de ter sido afastada do comando do SBT Brasil às sextas-feiras. Sheherazade esclarece que seguiu contratada da emissora até setembro de 2020.

“É um contrato que pretendo seguir, como sempre cumpri meus contratos em quase 20 anos de profissão. Nunca descumpri nenhuma cláusula de nenhum contrato”.

A ex-apresentadora do SBT Brasil, principal telejornal do SBT, foi afastada em definitivo após não renovar seu contrato com a emissora. Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, Sheherazade explicou sobre a decisão.

“Há cerca de um mês eu e o SBT decidimos não renovar a nossa parceria de quase 10 anos. Nosso contrato, então, deveria seguir até o dia 31 de outubro deste ano, mas o SBT me comunicou através de um e-mail que, a partir de hoje, segunda-feira, 27 de setembro, eu não precisaria mais voltar à emissora e apresentar o SBT Brasil”, afirmou.

A jornalista já havia informado que sua saída foi forçada, após o dono da loja Havan, um dos maiores empresários do Brasil, Luciano Hang, que é um dos principais apoiadores do presidente Bolsonaro ‘pediu a sua cabeça.

“Ele veio a público pedir a minha cabeça. Ele é um dos maiores patrocinadores do SBT e de outras grandes emissoras também. Então, ali eu já sentia alguma coisa”, explicou.

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  • Adriana Araújo

Após 15 anos na Record, a jornalista Adriana Araújo, deixará a emissora em março, data em que seu atual contrato se encerra. A renovação do contrato dela com a emissora, que durou 15 anos, é dada como improvável.

A profissional foi por 14 anos âncora do Jornal da Record, principal jornal da emissora e foi afastada da função em junho de 2020, após criticar o governo Jair Bolsonaro, em sua rede social, sobre a transparência no combate á Covid-19.

No dia 05 de junho do ano passado, Adriana Araújo fez duras críticas a Jair Bolsonaro sobre a transparência do governo no enfrentamento da Covid-19.

“Estou passando aqui fora de hora porque, pelo segundo dia seguido, os dados da pandemia do coronavírus não saíram a tempo do jornal. Como esse é um dado relevante demais. É uma questão de saúde pública saber o que está acontecendo no Brasil agora é muito importante para todos nós. Estou passando aqui porque os dados saíram agora há pouco, depois de 10 da noite”. No post, ela destacou a morte de 1473 pessoas ocorrida nas 24 horas antes do dia 5.

A postagem incomodou o alto comando da emissora do Bispo Edir Macedo, que vem adotando uma linha editorial aproximada a Bolsonaro. O próximo destino de Araújo na televisão deve ser a CNN Brasil.

  • Paulo Henrique Amorim

Falecido em julho de 2019, o jornalista estava fora do ar anterior a sua morte, quando foi afastado do programa Domingo Espetacular. O jornalista morreu de enfarte na capital fluminense.

Na época, a emissora afirmou que o afastamento de Paulo Henrique Amorim do programa dominical era uma reformulação no jornalismo da casa.

Porém, segundo o site Notícias da TV, Amorim teria sido desligado por política. Por seu forte posicionamento de esquerda, ele teria tido a cabeça pedida desde 2014 por diversas vezes por membros do poder contrários às suas ideias. Ainda segundo o portal, nos últimos meses antes de seu afastamento, a emissora não teria mais conseguido resistir às pressões, já que Amorim é contrário ao governo do atual presidente Jair Bolsonaro.

  • João Renato Jácome

O jornalista João Renato Jácome foi demitido em fevereiro de 2021 do cargo de chefe de gabinete na Secretaria de Meio Ambiente de Rio Branco (AC).

Isso aconteceu, após o jornalista participar de coletivo de imprensa quando estava de folga de suas atividades na prefeitura realizava um trabalho freelancer, sem vínculo empregatício, para o jornal O Estado de S. Paulo.

João questionou o presidente Jair Bolsonaro sobre uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que favoreceu o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Logo depois da pergunta de Jácome, Bolsonaro encerrou a entrevista.

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PP), argumentou que o cargo de Jácome na prefeitura exigia regime de exclusividade e sua exoneração foi publicada na edição do dia 26 de fevereiro do Diário Oficial do Estado do Acre.

“Eu o demiti porque ele estava em horário de serviço, trabalhando para o jornal Estado de S. Paulo. Como comissionado, ele não poderia fazer isso. Ele diz que estava de folga. Folga de quê? Não tem folga, não”, declarou.