Investigação

Humberto Costa pede que Ministério da Saúde seja investigado por receitar cloroquina a pacientes

Um grupo de usuários de redes sociais e jornalistas criou contas específicas para acessar plataformas virtuais do Ministério da Saúde e expor sintomas de doenças fictícias com a finalidade de testar as recomendações oferecidas pelo órgão. Em todas elas, por mais diferentes que sejam os quadros apresentados, os aplicativos da pasta prescreveram medicamentos como cloroquina e azitromicina, que o presidente Jair Bolsonaro tem recomendado como tratamento preventivo para a Covid-19, apesar de essa prática ser rejeitada cientificamente e proibida por lei.

A conduta levou o ex-ministro da Saúde e senador Humberto Costa (PT-PE) a ingressar com um pedido no Ministério Público Federal  e no Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União para que a ação de governo seja investigada por crimes de improbidade e prevaricação. Segundo o senador, há um claro desvio de finalidade em aplicar dinheiro público em sistemas eletrônicos que receitam remédios sem recomendação médica.

“Esse governo torrou milhões e milhões de reais produzindo medicamentos ineficazes e até letais no combate ao coronavírus e, agora, tenta empurrar todo o estoque na população da forma mais criminosa possível. Há registros de casos em que esses remédios são recomendados pelo Ministério até mesmo para bebês. Isso é um absurdo completo”, afirmou Humberto.

Em uma das situações registradas pela imprensa, sintomas de tosse seca e cansaço receberam indicação de Difosfato de Cloroquina 500mg, Ivermectina 6mg e Azitromicina 500mg. Esses medicamentos compõem o chamado Kit Covid criado, sem qualquer base científica, por Jair Bolsonaro.

Segundo Humberto, o Ministério, diante de simples relatos de sintomas gripais, está afrontando a saúde pública com uma cadeia de delitos, que vão desde a má aplicação de recursos até o charlatanismo.

“Isso põe em risco a vida de milhares de cidadãos que, de boa-fé, usam o sistema do Ministério da Saúde buscando uma fonte confiável para pesquisar sobre eventuais sintomas e se deparam com o que há de mais reprovável nesse tipo de área, uma empurroterapia oficial. É um crime atrás do outro e isso precisa ser investigado”, afirmou o senador.

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Live com Humberto

O senador Humberto Costa (PT-PE), anuciou em suas redes sociais na noite da terça-feira, 19 de janeiro, que participará da “Super live – Vacina para todos” nesta quarta-feira, 20 de janeiro.

Entre os convidados, está o ex-ministro da saúde do governo Bolsonaro, Nelson Teich, que geriu o órgão por menos de um mês.

A transmissão ao vivo ocorrerá as 19h, no perfil do Facebook e Youtube do deputado federal e ex-ministro da saúde do governo Dilma, Alexandre Padilha. A live, segundo o anúncio, irá abordar o tema da vacinação nacional e também a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Outros ex-ministros da saúde que vão participar são Artur Chioro e José Gomes Temporão. Também está confirmada no evento a Presidente do Conselho do Magazine Luíza, Luíza Helena Trajano.

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Influência no Congresso

Um levantamento feito pela Arko Advice, empresa brasileira de análise política e estratégia, apontou o senador Humberto Costa (PT-PE) como um dos integrantes da Elite Parlamentar do Congresso Nacional.

O trabalho, elaborado anualmente desde 1998, mostra quem são os deputados e senadores mais influentes, com maior capacidade de articulação e interferência nos rumos políticos do Brasil. A Elite Parlamentar, pelo conceito da empresa, atua de forma decisiva nos andamentos dos trabalhos e na elaboração da agenda legislativa. O PT é o partido com maior número de nomes na lista.

Em um momento de extrema dificuldade como o que passa o Brasil, e com o Senado Federal realizando a maior parte das suas sessões de maneira remota, Humberto foi referenciado como um senador com boa retórica e senso de oportunidade para tratar de temas relevantes para o país, integrando a categoria dos melhores debatedores do parlamento.