Aprovação

Governo Bolsonaro reconduz presidente da Fiocruz para novo mandato

A servidora e atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, foi reconduzida para um novo mandato à frente da instituição pelos próximos quatro anos. A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na tarde desta segunda-feira (11), assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto.

Nísia foi eleita em primeiro lugar na lista tríplice homologada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz e entregue ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em novembro do ano passado. Segundo a fundação, a eleição contou com a participação de 4.400 eleitores (91,6% dos 4.847 servidores aptos a votar). Nísia Trindade obteve 3.784 votos (87% dos votos válidos). 

A Fiocruz é uma instituição nacional de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas, com sede no Rio de Janeiro, e vinculada ao Ministério da Saúde. Foi fundada em 1900 pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, pioneiro no estudo de epidemias tropicais, e é considerada uma das instituições de ciência e tecnologia em saúde mais importantes da América Latina. 

Atualmente, a Fiocruz trabalha na produção da vacina contra a covid-19 produzida pela farmacêutica Astrazeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Por meio de um acordo de transferência de tecnologia, o Complexo Industrial de Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que fica na zona norte do Rio de Janeiro, foi preparado para processar os ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs) para a produção de mais de 100 milhões de doses do imunizante até o final do primeiro semestre deste ano.

Mais cedo, horas antes da nomeação, Nísia Trindade se reuniu, no Palácio do Planalto, com o ministro Braga Netto, segundo informou, em nota, a própria instituição. Na ocasião, segundo a Fiocruz, Trindade apresentou os resultados de sua gestão, além de perspectivas e propostas para o próximo mandato. Além de Braga Netto, participaram da audiência o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, representando o Ministro Eduardo Pazuello, e outras autoridades federais.

Perfil

Nísia Trindade é a primeira mulher eleita presidente na história da Fiocruz. É doutora em Sociologia e servidora da Fundação desde 1987. Segundo a Fiocruz, Trindade ingressou na instituição como pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assumindo a direção da unidade de 1999 a 2005. Atuou como integrante do conselho editorial da Editora Fiocruz, do comitê científico e da comissão executiva do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência e da comissão organizadora de eventos integrantes da comemoração do centenário da descoberta da Doença de Chagas. 

De 2011 a 2016, à frente da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), tornou-se integrante do Conselho Consultivo do Sistema Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS). Já em 2012, passou a integrar o grupo de trabalho para implementação da Fiocruz Piauí e iniciou o trabalho de negociação para implementar a Rede SciELO Livros.

Nísia também é integrante da Zika Alliance Network desde 2018, um consórcio de pesquisa multinacional e multidisciplinar formado por 54 parceiros internacionais. Recentemente assumiu a copresidência da Rede de Saúde para Todos da Rede de Desenvolvimento de Soluções Sustentáveis, iniciativa das Nações Unidas, e a copresidência do Grupo Diretor de Recuperação Econômica para aconselhar sobre o desenvolvimento de um Roteiro de Pesquisa das Nações Unidas para a Recuperação da Covid-19. Em setembro de 2020, Nísia recebeu o título de professora honoris causa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em dezembro do ano passado, foi eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), na categoria Ciências Sociais.

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Distribuição da Vacina

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê que as vacinas AstraZeneca/Oxford importadas da Índia poderão ser distribuídas no dia seguinte de seu desembarque no Brasil. Em nota divulgada hoje (8), a fundação informou que a chegada das doses será no aeroporto internacional do Rio de Janeiro (RIOGaleão), em data que será confirmada em breve.Fiocruz, Fiocruz diz que vacina pode ser distribuída em até um dia após sua chegadaFiocruz, Fiocruz diz que vacina pode ser distribuída em até um dia após sua chegada

“As vacinas prontas chegarão pelo aeroporto RIOGaleão, no Rio de Janeiro, e seguirão, no mesmo dia, para a Fiocruz para rotulagem. No dia seguinte, a partir de Bio-Manguinhos, na Fiocruz, as vacinas poderão seguir diretamente para a distribuição, que está sob responsabilidade do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A data certa para a chegada dessas vacinas será confirmada em breve”, informou a Fiocruz em nota.

A importação das doses produzidas pelo Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na Índia, é uma estratégia adicional da Fiocruz para antecipar o início da vacinação.

Para que as vacinas importadas da Índia possam ser aplicadas antes do registro definitivo do imunizante no país, a Fiocruz pediu nesta sexta-feira (8) a autorização de uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A fundação continua a trabalhar para o registro definitivo, cujo pedido deve ser concluído em 15 de janeiro.

Na nota divulgada hoje pela Fiocruz, a presidente da fundação, Nísia Trindade, comemora o pedido de uso emergencial como um passo importante no enfrentamento da pandemia.

“Este é um momento histórico para a Fiocruz. A submissão desse pedido de autorização para uso emergencial da nossa vacina covid-19, desenvolvida em parceria com a unidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, é um passo importante para que possamos ter acessível, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma vacina eficaz e segura para o Sistema Único de Saúde. Num momento de tantas dificuldades, em que lamentamos a perda de tantas vidas no Brasil e no mundo, 2021 se inicia com a esperança de termos um caminho, ainda a ser trilhado, de superação dessa crise”

A meta da Anvisa é concluir a análise do pedido de uso emergencial em 10 dias. Caso a agência solicite informações adicionais aos desenvolvedores da vacina, o prazo para de ser contado até que os dados sejam informados.

Em entrevista coletiva concedida ontem (7), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estimou que, caso a autorização seja concedida a tempo, a vacinação contra covid-19 pode começar em 20 de janeiro, com as vacinas AstraZeneca/Oxford e Coronavac.

Segundo a Fiocruz, a vacina desenvolvida em parceria com os britânicos tem 73% de eficácia com apenas uma dose, e evita hospitalizações em 100% dos casos, protegendo a pessoa vacinada dos sintomas graves da doença. Além disso, a vacina é capaz de induzir a produção de anticorpos em 98% das pessoas após a primeira dose e, em 99% delas, após a segunda dose.

Milhões de doses

O acordo de transferência de tecnologia que permite a produção da vacina AstraZeneca/Oxford na Fiocruz prevê que a fundação receberá em meados deste mês o ingrediente farmacêutico ativo importado para produzir as primeiras doses.

O primeiro lote de um milhão de doses deve ser entregue ao Ministério da Saúde até 12 de fevereiro, mês em que a produção deve ganhar escala, e a entrega deve chegar a 700 mil doses por dia por volta do dia 22. Com o incremento da produção, a Fiocruz prevê produzir 50 milhões de doses da vacina até abril e 100,4 milhões até julho.

A partir do segundo semestre, a produção se tornará totalmente nacional, com a incorporação da tecnologia para produzir o IFA no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Com isso, a previsão é que, até o final do ano, mais 110 milhões de doses sejam entregues ao Programa Nacional de Imunizações.

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Da redação do Portal de Prefeitura com informações da Agência Brasil.