Pandemia

Amazonas: casos de covid crescem e órgãos pedem fechamento do comércio

No recrudescimento das curvas de casos e mortes no Brasil nas últimas semanas, o estado do Amazonas tem sido um dos locais com forte retomada da pandemia com infecções e óbitos decorrentes da covid-19.

No dia 1º de dezembro de 2020, a autoridade estadual de Saúde registrava 4.896 mortes acumuladas, quatro nas últimas 24 horas e 411 pessoas internadas.

No dia 1º de janeiro de 2021, as vidas perdidas para a pandemia subiram para 5.295. Entre o último dia de 2020 e o primeiro deste ano, o número de novas mortes foi de 12, o triplo do registrado há um mês. No dia 31 de dezembro, a quantidade de internados ficou em 814. O total corresponde a quase o dobro do quadro do inicio do mês.

O número de novas hospitalizações diárias no Amazonas saiu de um patamar de cerca de 30 no início de dezembro para 120 na virada do ano. No dia 1º de janeiro, a taxa de ocupação dos leitos adultos estava em 81,4% e da rede privada, em 93,6%.

O governador Wilson Miranda Lima chegou a endurecer as regras de abertura de comércio no fim do ano. Mas voltou atrás após protestos de comerciantes, empresários e trabalhadores no centro da capital Manaus no dia 26 de dezembro.

No dia 30 de dezembro, representantes do Ministério Público do Estado, do Ministério Público do Trabalho, da Defensoria Pública da União e da Defensoria Pública do Estado se reuniram com o governador e entregaram um documento solicitando o fechamento de atividades econômicas.

Na recomendação conjunta, as entidades defendem o fechamento do comércio e das atividades econômicas não essenciais até que o índice de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) esteja pelo menos em 85%.

O documento também elenca como medidas a instalação de novos leitos de UTI covid-19 em quantidade suficiente para garantir condições de atender os pacientes, inclusive os que estão na lista de espera.

Os órgãos de controle do estado também reivindicam que o governo do estado atue para prover recursos humanos e insumos médicos adequados para o enfrentamento à covid-19. A recomendação coloca a solicitação de apoio da Força Nacional de Segurança Pública. 

“Não há outro caminho e a ciência não nos aponta outro caminho a não ser evitar aglomerações. Então estamos estudar nas próximas horas que medidas vamos tomar para poder conter o aumento que nós estamos tendo de covid-19 no estado”, disse Wilson Lima diante das demandas.

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MANAUS – O governador Wilson Lima vai publicar um novo decreto revogando os efeitos do Decreto 43.234, de 23 de dezembro de 2020, e estabelecendo novas medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19 no Estado, mas sem o fechamento do comércio. A decisão foi tomada durante reunião, na noite neste sábado, 26, no Centro Integrado de Comando e Controle.

Representantes do comércio e serviços irão firmar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Governo do Amazonas e o MPE (Ministério Público do Estado) para o estabelecimento de novos critérios de funcionamento do setor, no período de 28 de dezembro a 11 de janeiro.

O recuo do governo ocorreu depois de um dia de protestos em Manaus, o gerou aglomeração e registro de atos violentos e ameaças.

“Desde sempre temos buscado encontrar um equilíbrio entre a proteção da vida, a ampliação da nossa rede de saúde e também o funcionamento de atividades econômicas para garantir emprego e renda para as pessoas. Depois de uma longa reunião que nós tivemos aqui com os poderes, com deputados e com a maior quantidade possível de representantes das atividades econômicas, chegamos a um entendimento de flexibilização a partir de segunda-feira, dia 28”, disse o governador.

“Nessa conversa que nós tivemos também houve um compromisso dos representantes do comércio. Estão dentre os compromissos que foram assumidos aqui, um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público em que todos os presentes irão assinar esse termo junto com o Estado. Há alguns ajustes que ainda precisam ser feitos nesse decreto, o nosso comitê está à disposição para trabalhar durante todo esse domingo para que a gente possa fazer esse ajustes e esse decreto começa a valer a partir do dia 28 de dezembro”, completou o governador.

Wilson Lima esclareceu que o decreto irá valer até o dia 11 de janeiro de 2021, desde que o nível de ocupação de leitos de UTI na rede estadual de saúde esteja abaixo de 85%.

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