Investigação

Polícia Federal apura propina no governo Witzel; advogado é preso

A Polícia Federal cumpre hoje (15) dois mandados de prisão preventiva e dez de busca e apreensão contra acusados de desviar recursos públicos da saúde do estado do Rio de Janeiro. A operação Kickback teve os mandados autorizados pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A Polícia Federal (PF) investiga um possível esquema criminoso no Rio, voltado ao desvio de recursos através do pagamento de dívidas inscritas na modalidade “restos a pagar”. O esquema pode ter desviado R$ 50 milhões dos cofres públicos.

Segundo a PF, uma Organização Social (OS) que atua na cidade mineira de Juiz de Fora e no Rio recebeu cerca de R$ 280 milhões em troca de pagamento de propina de 13% sobre o valor quitado.

A propina daria prioridade à OS investigada no recebimento dos recursos, já que, diante da difícil situação financeira em que se encontra o estado do Rio de Janeiro, nem todas as dívidas poderiam ser quitadas.

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Escritório de advocacia

A OS ainda teria feito o pagamento de cerca de R$ 50 milhões a um escritório de advocacia, que, por sua vez, segundo a PF, repassou mais de R$ 22 milhões a pessoas físicas e jurídicas ligadas a um operador financeiro identificado nas operações Placebo e Tris in Idem.

A operação Placebo, em maio deste ano, cumpriu mandados de busca e apreensão contra o governador (agora afastado) Wilson Witzel, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo. Já a operação Tris in Idem, em agosto, resultou no afastamento de Witzel do governo.

O afastamento permanente de Witzel está sendo julgado por um tribunal especial, formado por cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio e cinco deputados estaduais fluminenses. Ele nega acusações de envolvimento com a corrupção na saúde no estado.

Agência Brasil