Na semana em que o Senado faz seu último esforço concentrado presencial do ano, o senador Humberto Costa (PT-PE) e a bancada do partido na Casa deram início a uma série de ações com a finalidade de apurar o escândalo envolvendo o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em defesa de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República. A articulação dos petistas ocorre em fronts que vão do Conselho de Ética do Senado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda na sexta-feira, quando veio a público a denúncia de que a Abin produziu dois relatórios sob medida para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro a derrubar provas contra ele sobre o esquema de rachadinhas que corre na Justiça, Humberto e os senadores do PT assinaram uma peça para que seja juntada ao processo que corre contra o filho do presidente, há mais de um ano, no Conselho de Ética da Casa. Pediram a imediata junção dos novos fatos à investigação sobre todo o esquema pelo qual o filho de Bolsonaro já foi denunciado como chefe de organização criminosa pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Paralelamente, os petistas apresentaram um requerimento à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional para que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, a quem a Abin é subordinada, seja convocado a prestar explicações pela atuação da agência em um episódio da vida particular do senador Flávio Bolsonaro.
“As instituições de Estado parecem ter sido capturadas pelas milícias do Rio. É inacreditável que um órgão como a Abin esteja servindo à obstrução de justiça em um inquérito a que responde o filho do presidente. O governo está submetido aos interesses familiares. Isso é crime de responsabilidade e precisa ser devidamente apurado em todas as esferas pertinentes”, defendeu Humberto. “Vamos convocar todos os responsáveis, abrir investigações em várias frentes, apurar. Imaginem se algo parecido acontecesse com Lula, o que não se diria ou se faria? Há uma tolerância com essa bandidagem miliciana que tomou o Planalto de assalto que teremos de pôr fim.”
A bancada do PT no Senado também ingressou com uma notícia-crime no STF para que, acionada, a Procuradoria-Geral da República manifeste-se pela abertura de um inquérito com a finalidade de apurar a prática de crime ocorrido pelos agentes envolvidos. As novas ações devem se somar às que já tramitam e, a depender do curso que tomem as apurações, podem tornar mais robustas as provas já existentes, levando a uma eventual cassação de Flávio Bolsonaro pelo Senado.
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O senador Humberto Costa (PT-PE) falou sobre uma empresa contratada pelo governo Bolsonaro para grandes serviços em ministérios foi flagrada assumindo, gratuitamente, projetos de Jair Renan Bolsonaro, o filho Zero Quatro do presidente.
A clara suspeita de favorecimento levou o senador Humberto Costa (PT-PE) a pedir ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue ministros e o filho do presidente pelo cometimento de eventuais crimes.
A Astronautas Filmes, produtora digital e de comunicação corporativa, recebeu, somente este ano, cerca de R$ 1,4 milhão do governo federal para trabalhos nos Ministérios da Educação e da Saúde, os dois maiores da administração, do Turismo, na Casa Civil e também no Programa Pátria Voluntária, presidido pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A ligação mais próxima da Astronautas Filmes com o governo, no entanto, é com Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente, para quem a empresa fez a comunicação e produção de marketing, incluindo filmagens e fotografias, da festa de inauguração de sua empresa particular na área de jogos eletrônicos, cujas tarifas de importação Bolsonaro reduziu recentemente. Todo o trabalho da Astronautas para Jair Renan foi feito de forma supostamente gratuita.
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“É curioso ver que uma empresa pequena consegue contratos gigantescos com o governo e, em seguida, resolve trabalhar de graça justamente para o filho do presidente da República. Essa ação de caridade precisa ser investigada porque deve ter tido muitos custos que a Astronautas, especialmente num período de tanta crise, resolveu assumir sozinha. Por que essa benevolência? E entre tantos possíveis beneficiários, por que um dos filhos de Bolsonaro?”, questiona Humberto.
Nos pedidos de investigação enviados, o senador solicita que as autoridades competentes, à luz da transparência pública, avaliem se há vínculo entre os contratos assumidos pela Astronautas e o “presente” dado a Jair Renan Bolsonaro, e se os envolvidos cometeram crimes de peculato, abuso de poder e improbidade administrativa.
Da redação do Portal com informações da Assessoria de Humberto Costa