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João Campos não acredita em problemas com Lula e não garante apoio a Ciro em 2022

O prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), disse durante uma entrevista concedida à “Revista Veja” na sexta-feira (11), que não acredita em problemas na relação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

João venceu no segundo turno a candidata apoiada por Lula, Marília Arraes (PT). No guia eleitoral, a campanha do candidato do PSB disseminou a tese do antipetismo e expôs integrantes nacionais do partido, o que pode ter causando problemas com os ex-aliados.

Em dado momento, Campos chegou a dizer em debates que os políticos do PT presos por ilicitudes “não cabem em duas mãos”.

Ainda na entrevista à “Veja”, João Campos afirmou que o cenário para a disputa presidencial de 2022 está em aberto. Apesar das alianças entre PSB e PDT nas eleições municipais em algumas capitais, o prefeito eleito do Recife não teve problemas e garantiu apoio à provável candidatura de Ciro Gomes na disputa de 2022.

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Campos ainda disse que, em Pernambuco, “toda a esquerda está junto”. Apesar disso, PT e PSOL se colocam no campo da oposição à sua futura gestão.

“Em Pernambuco, toda a esquerda está junto. Quem se isolou foi o PT. Mas o cenário para 2022 está aberto, e os políticos precisarão fazer uma autocrítica e pôr o país à frente do partido. Se não houver essa maturidade, acabarão aparecendo forças de fora, tipo Bolsonaro, para ocupar o espaço. Aliás, de fora nada, mas assim ele se vendeu, né? Eu, então com meus 24 anos, pensava: Bolsonaro tem 28 anos só de mandato”, disse João.

Sobre apoio a Ciro Gomes na disputa de 2022 pelo Palácio do Planalto, João Campos afirmou: “construímos juntos uma tática eleitoral para 2020, com alianças pelo Brasil, mas não ficou nada acertado para 2022”.

Em 2018, o PSB declarou neutralidade na eleição presidencial após acordo com o PT. Os petistas tiraram a candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco, favorecendo a tática eleitoral de Paulo Câmara; o PSB retirou Márcio Lacerda na disputa pelo Governo de Minas Gerais e declarou apoio a Fernando Pimentel (PT) e, por fim, o PSB não subiu no palanque de Ciro Gomes e ficou neutro no plano nacional, como queria o PT nos bastidores.

Apesar disso, o PSB de Pernambuco apoiou a postulação de Fernando Haddad para presidente.

“Ainda é cedo, mas as urnas mostraram que a maior parte da população está num terreno que não é o bolsonarismo nem o petismo. O PT não venceu em nenhuma prefeitura de capital, e a polarização que marcou 2018 sai enfraquecida. O campo do meio ganhou força. A questão agora, para nós, da centro esquerda, é justamente tentar nos unir”, disse.