Política

Confira como Maradona se aproximou da esquerda latino-americana

O ex-jogador argentino Diego Armando Maradona, que faleceu nesta quarta-feira (25), aos 60 anos, era também conhecido fora dos campos por conta de seus fortes posicionamentos políticos. 

Maradona desafiou o establishment e frequentemente era fotografado ao lado de Fidel Castro e Hugo Chávez.

O argentino tinha uma tatuagem com a cara do líder revolucionário argentino Che Guevara no seu braço direito, uma memória de quando viveu em Cuba para tratar de sua dependência química.

Assim como Fidel Castro, Maradona morreu no dia 25 de novembro, quatro anos depois do ex-primeiro-ministro cubano.

Durante a década de 90, o jogador se aproximou do neoliberal Carlos Menem, então presidente da Argentina. Foi com o apoio dele, por exemplo, que o craque voltou ao futebol como técnico do Mandiyú, time da cidade de Corrientes.

Mas foi nos anos 2000 que o craque se aproximou da esquerda latino-americana, a qual defendeu até os últimos dias de sua vida. Entre 2001 e 2005, Maradona viajou a Cuba para tratar de sua dependência química.

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Lula 

Lula usa o Twitter para lamentar a morte de Maradona
Lula e Diego Maradona. Foto: Reprodução/Twitter.

O ex-presidente Lula expressou seu pesar pelas redes sociais e chamou Maradona de “gigante do futebol, da Argentina e de todo o mundo”.

Segundo o petista, o ex-atleta tinha talento e personalidade únicos. Lula também destacou ações de Maradona fora dos campos de futebol.

“A sua genialidade e paixão no campo, a sua intensidade na vida e seu compromisso com a soberania latino-americana marcaram nossa época”, escreveu Lula, chamando o ex-jogador de “amigo do Brasil”

Fidel Castro

Maradona cumprimenta Fidel Castro em uma visita a Havana, em foto de 13 de abril de 2013 — Foto: Cubadebate/ Arquivo

Foi em Havana que ele conheceu Fidel Castro, a quem chamava de “segundo pai”. Quando soube da morte do cubano, o ex-jogador afirmou ter chorado.

“Um segundo pai porque me aconselhou, me abriu as portas de Cuba quando, na Argentina, as clínicas as fechavam, não queriam receber a morte de Maradona. Fidel abriu todas elas de coração”, disse o jogador.

Depois da reabilitação em Cuba, o argentino voltou a sua terra natal e se aproximou de vez da esquerda no seu país. O craque estabeleceu boas relações com dois ex-presidentes: Eduardo Duhalde e Néstor Kirchner. Mas foi com Cristina Kirchner que ele teve uma grande amizade.

Cristina Kirchner

Maradona é fotografado com a então presidente argentina, Cristina Kirchner, durante a campanha para sua reeleição em 2 de dezembro de 2010 — Foto: Presidência Argentina

Maradona declarava abertamente seu apoio a presidente que governou a Argentina entre 2007 e 2015, e participou ativamente das campanhas presidenciais e, mais recentemente, a apoiou como vice de Alberto Fernández.

Por outro lado, Maradona brigava constantemente com o sucessor de Cristina, Mauricio Macri.

Maurício Macri

Quando o atual presidente, Alberto Fernández, foi eleito, Maradona celebrou a derrota de Macri e disse esperar que ele nunca mais voltasse a Casa Rosada.

“Que Macri vá viver na Tailândia”, disse o craque em um vídeo compartilhado em sua rede social.

Hugo Chavéz

Maradona é fotografado ao lado de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, em Buenos Aires no dia 4 de novembro de 2005 — Foto: Dario Lopez-Mills/AP/Arquivo

Ele foi também chavista, e defendeu o regime venezuelano por muitos anos. O argentino viajava constantemente ao país e chegou, inclusive, a manter relações com Maduro, de quem ele vinha se distanciando mais recentemente.