Em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (13), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disparou uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Hoje desafetos políticos, os dois têm batido de frente durante a pandemia, e agora, sobre a vacina CoronaVac.
Mais recentemente, a Anvisa decidiu interromper os testes clínicos da vacina sob a alegação de que houve um “evento adverso grave” ocorrido com voluntários que participavam da realização dos testes. Um dia antes, Doria havia anunciado que disponibilizaria 120 mil doses do imunizante e que iria adquirir mais 6 milhões até dezembro. Para ele, suspensão dos testes não foi uma “coincidência”.
“Nem a própria Anvisa acreditou naquilo que propagou. Ficou claro que a decisão da Anvisa foi motivada por uma orientação ou pressão exercida pelo Palácio do Planalto.”, apontou.
Posteriormente a suspensão, a agência informou que o “advento grave” se tratou do suicídio de um dos voluntários.
O governador falou ainda sobre a politização da vacina e culpou o presidente por impor ideologias na pauta sobre o imunizante.
“Quem adotou o caminho da politização e da ideologia foi o presidente Bolsonaro. Eu faço a defesa da vida e da ciência desde o início do ano. Em 26 de fevereiro, quando se confirmou o primeiro caso de Covid-19, criei um comitê com dez médicos”, criticou.
Indagado sobre o que fazer para evitar a politização da vacina, já que Doria também tem respondido as declarações de Bolsonaro, o tucano respondeu:
“Vou recomendar ao presidente que não sonhe comigo todas as noites, porque ele dorme e acorda pensando em mim. Espero que tenha outras coisas para pensar, como cuidar do Brasil, e não só em eleição.”, ironizou.
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