Revelação

Mandetta teria dito que queria atirar nos filhos de Bolsonaro, diz livro

O ex-diretor de Comunicação do Ministério da Saúde escreveu, em seu livro, que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que queria atirar nos filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Segundo o livro, escrito pelo jornalista Ugo Braga, Mandetta ressaltou que o problema no atual governo seriam os filhos do chefe do Executivo nacional.

“O presidente é bom, é bem-intencionado. O problema é aqueles filhos dele, que ficam o dia inteiro xingando nas redes sociais. Sorte que eu não mexo com essas coisas”, teria dito o ex-ministro no dia 15 de abril de 2020, um dia antes do anúncio da sua exoneração. “Minha vontade é pegar um trezoitão e cravar neles. Pelo menos passava a minha raiva”, completou. Trezoitão seria um revólver de calibre 38.

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Ainda no livro, o jornalista relata que o ex-ministro teria recebido apoio da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. “Eu estou ligando para dizer que meu coração está triste pela sua saída, viu?”, teria dito em uma ligação.

Segundo Mandetta, ele não se lembra dos fatos narrados no livro, chamado de Guerra à Saúde (Leya), que está na pré-venda e será lançado no próximo dia 10 de novembro.

Leia a sinopse escrita pela Livraria da Vila:

“Diretor de Comunicação do Ministério da Saúde na gestão de Mandetta apresenta um relato preciso e revelador da crise sanitária e política iniciada com a chegada do novo coronavírus ao Brasil e faz um verdadeiro check-up de como a saúde é tratada no país. Diretor da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde durante a gestão de Luiz Henrique Mandetta, Ugo Braga narra num livro revelador os bastidores das semanas em que o Brasil enfrentou ao mesmo tempo o avanço do novo coronavírus e a artilharia pesada do Palácio do Planalto. Relato fiel e preciso de um profissional de comunicação que esteve no epicentro de um dos momentos mais difíceis da nossa história, Guerra à saúde (Editora LeYa Brasil) faz um verdadeiro check-up de como a saúde é tratada no Brasil e apresenta uma fotografia precisa do atual governo brasileiro.

Ugo define o marco zero da crise: dia 28 de março de 2020. Naquele sábado, quando havia exatamente 571.676 pessoas infectadas pelo novo coronavírus no mundo e 3.903 no Brasil, teve início a guerra pública entre o ministro e o presidente Bolsonaro. Daí em diante, o leitor embarca numa vertiginosa montanha russa política de 19 dias que culminou nos quase 140 mil mortos pela Covid-19 que o país registra até o momento.

O livro foi escrito com o apoio de Mandetta, que inicialmente sugeriu que Ugo Braga providenciasse um cinegrafista para documentar em vídeo o passo a passo da luta brasileira contra o novo vírus. Como isso não seria viável, o chefe de comunicação propôs começar a fazer anotações de tudo o que acontecia à sua volta com riqueza de detalhes. O resultado é Guerra à saúde, um verdadeiro documentário impresso que, nas palavras do autor, mostra de forma clara “como o Ministério da Saúde brasileiro, coordenador nacional do SUS, o Sistema Único de Saúde, foi atacado por um movimento político novo, populista e de viés conservador durante a maior e mais grave crise de saúde pública do século XXI”.