Educação

Contra o retorno das aulas presenciais, professores da rede pública de Pernambuco decidem por greve a partir desta terça-feira

Contra o retorno das aulas presenciais que estava previsto para esta terça-feira (6) em todo o estado de Pernambuco, professores da rede pública estadual decidiram decretar greve. O ato intitulado de “Greve em Defesa da Vida” teve início a partir da 0h de hoje e segue em discordância com a decisão da Justiça, que ante havia considerado a greve ‘ilegal’.

Participam do movimento mais de 1.700 professores, administrativos e analistas da Secretaria de Educação Estadual, que são representados pelo Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco). Ontem (5), a categoria realizou uma assembleia geral em formato online onde ficou decidido pela greve, a qual não tem previsão para acabar. Enquanto isso, com 82% dos votos, a categoria aprovou que a greve deve abranger quaisquer atividades presenciais da educação, exceto para aulas e atividades remotas que ocorram ou que já estão em andamento. Outros 15% votaram em uma “greve total” e 3% se abstiveram.

Nesta terça-feira o Sintepe também participa de audiência com o Ministério Público do Trabalho sobre a greve. Na quarta-feira (7) continuarão as negociações com o Governo do Estado em busca de uma resolução para o impasse.

“Tendo imposição de governos em retomar as atividades presenciais sem a plena garantia da segurança sanitária, é greve pela vida! Greve pela vida significa não retornar às atividades presenciais. Já as atividades remotas continuam”, disse Heleno Araújo, presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) e diretor do Sintepe.

Retorno presencial das aulas

No dia 21 de setembro de 2020, o governo de Pernambuco anunciou o retorno gradativo das aulas presenciais da educação básica. Segundo calendário divulgado, nesta terça-feira (6) está marcada a volta dos alunos que estão no 3º ano do ensino médio. O 2º ano no dia 12 de outubro e 1º ano no dia 20 de outubro.

O protocolo para a retomada das atividades presenciais na instituição de ensino inclui a disponibilização de álcool 70% e locais para lavagem frequente das mãos, reforço na limpeza, uso obrigatório de máscara e o distanciamento social.

Justiça

O Sintepe ajuizou ação civil pública a fim de impedir o retorno às atividades presenciais na rede estadual. Fernando Melo lembra que, desde o anúncio do Governo, o Sindicato tem se posicionado contrário ao retorno em todas as negociações com a Secretaria de Educação, sempre alegando que “no atual estágio da pandemia em Pernambuco, sem estudos técnicos específicos voltados à realidade do espaço escolar, o retorno às aulas é extremamente perigoso”, diz.