Recife

Projeto de requalificação dos 60 quiosques da Orla de Boa Viagem é entregue à Prefeitura

Mais um passo foi dado para a requalificação dos quiosques da Orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A Prefeitura do Recife recebeu o projeto desenvolvido para os 60 equipamentos, dispostos ao longo dos 8 km da praia, um dos principais cartões postais da cidade.

A melhoria será realizada através de um termo de cooperação firmado entre a Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR) e a iniciativa privada, sem custos à gestão municipal.

O projeto é assinado por uma equipe liderada pelo arquiteto recifense Bruno Ferraz e conta com o historiador Leonardo Dantas, o xilógrafo Severino Borges e o presidente da Associação Pelo Cordel em Pernambuco (Acordel), Felipe Junior, que vai selecionar cordelistas para desenvolver os textos.

Parte da história, cultura e tradição regional estará estampada nos equipamentos, que terão versos contando fatos marcantes da história recifense, que comemora 500 anos em 2037, desenhos com grafismo de Cordel, além de um painel de azulejos com o desenho do antigo calçadão da orla. Beleza e funcionalidade caminham juntas.

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O projeto final foi desenvolvido pelo arquiteto recifense Bruno Ferraz, formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1985 e que já foi presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) em Pernambuco e vice-presidente do IAB nacional, além de ser fundador do escritório B’Ferraz Arquitetura, com importante atuação no Estado há mais de 20 anos.

O trabalho foi feito em parceria com o historiador e escritor Leonardo Dantas, com vasta contribuição para o registro histórico do Recife e mais de 30 livros publicados sobre fatos da capital pernambucana.

Ele será o responsável por elencar 60 fatos marcantes da história recifense, formando uma cronologia ao longo de toda a orla. A xilogravura de cada equipamento será de Severino Borges e o cordel será feito por 60 cordelistas.

O material foi contratado pela ABCR e levado para à Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc), responsável pela articulação do processo.

Não haverá custos à gestão municipal, uma vez que a execução será feita em parceria com uma empresa particular selecionada pela ABCR. A manutenção dos quiosques passará a ser de responsabilidade de cada permissionário.

Participaram do processo também as secretarias de Infraestrutura e de Turismo, Esportes e Lazer. A modernização será custeada por meio de patrocínio.

Toda a legislação para a implantação das peças publicitárias na orla foi debatida e aprovada pela gestão municipal, com o objetivo de manter a estética da cidade. Os detalhes do acordo foram publicados no Diário Oficial do Município em agosto.

Projeto de requalificação dos 60 quiosques da Orla de Boa Viagem é entregue à Prefeitura
Novo projeto da Orla de Boa Viagem. Foto: Divulgação

Segundo o projeto, os novos quiosques aliam beleza, modernidade, sustentabilidade e funcionalidade. Cada um dos 60 equipamentos terá painel de energia solar e balcão acessível para cadeirantes.

Eles serão confeccionados em concreto resistente e vão garantir a segurança, durabilidade, facilidade na manutenção e rapidez na construção. O design vai permitir sombra e o abrigo da chuva para os frequentadores.

O tamanho é semelhante aos que existem hoje. Cada um vai contar também com uma área para depósito, hoje inexistentes, além de toda a estrutura elétrica e hidráulica necessárias.

Para o arquiteto Bruno Ferraz, responsável pelo projeto, esse trabalho é uma grata satisfação.

“Sonhamos e idealizamos agregar história, poesia e a arte da nossa região, agora vamos levar esse trabalho à cidade, dando o destaque que a nossa cultura merece, com a nossa história em cordel e xilogravura”, comenta.

Já para Leonardo Dantas, à frente do trabalho histórico do projeto, esse é um legado deixado à população.

“Serão 60 eventos importantes da nossa cidade distribuídos em uma linha cronológica, que vai contar a história do nosso povo”, diz.

A xilogravura, assinada por Severino Borges, estará junto a essa linha do tempo na missão de resgatar e valorizar o Recife .

“Tive o prazer de ser convidado para essa missão e eu vou retratar com muito orgulho os 500 anos da nossa cidade, nesse projeto tão importante”, afirma Borges.

Para o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, esse é um momento de alegria.

“A orla vai ter uma nova cara, do jeito que o recifense merece e para qual procuramos uma solução há muito tempo. Agora, com uma iniciativa inédita na cidade, conseguimos viabilizar a melhoria através da associação. Os permissionários vão ter locais de trabalho mais seguros e funcionais, os clientes vão ter mais conforto e o Recife vai ganhar uma orla ainda mais bonita”, comemorou.

Ele acrescenta que, assim como acontece hoje, será permitida a venda de coco, produtos de fiteiro, frutas e bebidas. A manipulação de alimentos continua proibida.

“O calçadão da Orla de Boa Viagem compõe o principal cartão-postal da nossa cidade. Nossa praia é considerada uma das praias urbanas mais belas do Brasil. Por isso, a revitalização e requalificação dos quiosque são essenciais para a valorização desse ponto de encontro e convivência, atraindo mais turistas e visitantes, além do próprio recifense poder usufruir de novo um espaço público da cidade”, pontuou a secretária de Turismo, Esportes e Lazer do Recife, Ana Paula Vilaça.

A presidente da Associação dos Barraqueiros de Coco do Recife (ABCR), Josy Miranda, está animada e muito feliz com o novo momento que a orla de Boa Viagem vai viver.

“Esse era o nosso grande sonho, transformar o principal cartão postal do Recife. É uma emoção sem tamanho poder realizá-lo”, concluiu.

Mudança

A orla de Boa Viagem está passando por intervenções promovidas pela Prefeitura do Recife para substituir os bancos de concreto que compõem o calçadão da praia, oferecendo assim maior conforto e segurança aos usuários.

A requalificação teve início no último dia 31, com a demolição do primeiro trecho para a implantação dos novos bancos. As obras estão a cargo da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e receberão investimentos R$ 2,1 milhões.

Os bancos estão sendo fabricados de acordo as regras Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para assegurar maior durabilidade de concreto em meios considerados agressivos como o da orla, pois apresentam alta salinidade, incidência de chuvas e intensidade alta de sol.

Da redação do Portal com informações da Prefeitura do Recife