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Discurso de Bolsonaro na ONU foi mentira histórica e vergonha para o Brasil, afirma Humberto

O tradicional discurso do Brasil na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi marcado por um vexame histórico para o país, em razão da quantidade de mentiras levadas ao mundo por Jair Bolsonaro. A avaliação é do senador Humberto Costa (PT-PE), membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado, para quem o presidente da República protagonizou um espetáculo vergonhoso com o vídeo que gravou para a 75ª reunião do organismo multilateral mais importante do planeta.

Em cerca de 15 minutos de fala, Bolsonaro responsabilizou governadores e prefeitos pelo combate à pandemia do coronavírus e, cinicamente, disse lamentar as 138 mil mortes no Brasil, por um vírus que ele já chamou de gripezinha e que vitimou pessoas que chamou de fracas. O presidente negou ainda a destruição ambiental no país e, de forma racista, atribuiu as queimadas a indígenas e caboclos. Para Bolsonaro, o Brasil é alvo de uma campanha internacional mentirosa.

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O presidente acusou, sem provas, a Venezuela pelo derramamento de óleo no Nordeste, ignorou a fome galopante no território nacional ao afirmar que o Brasil alimenta o mundo, e mentiu descaradamente ao dizer que pagou mil dólares de auxílio emergencial aos brasileiros. Somadas, todas as parcelas chegam a pouco mais de 700 dólares, e o valor foi reduzido à metade, 6 milhões de pessoas excluídas automaticamente do benefício.

“Todo o ridículo, toda a patifaria que comete diariamente aqui dentro, Bolsonaro internacionalizou. Ele transformou a Assembleia-Geral da ONU no cercadinho do Alvorada. Jamais um chefe de Estado brasileiro diminuiu tanto o nosso país como Bolsonaro fez nesta terça-feira. É uma vergonha histórica que o Brasil carregará para sempre”, avaliou o senador.

Tanto entre políticos quanto entre especialistas, o discurso do presidente brasileiro foi extremamente mal avaliado. Nas redes sociais, as críticas tomaram conta do debate. Bolsonaro foi acusado de mentir sobre diversos temas e o seu discurso foi classificado como um dos mais rasos já registrados em um evento do porte da abertura dos trabalhos da ONU.