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Renovação ou Continuidade Política - o que precisamos em 2020?

Em ano eleitoral, mais do que nunca, precisamos reconhecer o que nossa cidade precisa. Ser um bom eleitor também tem a ver com a percepção correta do que está ocorrendo na administração pública que nos atinge mais diretamente.

Você é um cidadão consciente? Vamos examinar pelo menos dois tipos de eleitor.

1) Há quem escolha o representante da situação por receio de que as coisas possam piorar. Muita gente percebe que certo administrador público não gerencia bem. Contudo, algumas poucas ações desse político sustentam o voto que seus simpatizantes lhe atribuem sempre que possível.

2) Em oposto a isso há indivíduos que anseiam por mudança a todo custo. Eles simplesmente rejeitam qualquer ganho que se possa atribuir ao atual poder executivo de sua cidade. Dessa forma, também podem se tornam alvos facílimos para candidatos com oratória muito sedutora.

Por vezes é fundamental que haja uma renovação do governo de uma cidade. Em outras, é importante haver uma continuidade da gestão para que certas políticas públicas sejam melhor estruturadas e implementadas. O discernimento adequado do que fazer só virá ao eleitor que tomar algum tempo para refletir no que tem acontecido em sua cidade. Além disso, é importante ficar atento às estratagemas usadas pelos políticos em ano eleitoral.

Vejamos também algumas atitudes nada republicanas de quem deseja estar à frente do poder estatal. 

A) Em ano eleitoral há administradores que, de repente, começam a atender muitos desejos da população. E, na esteira disso, haja inaugurações, leis beneficentes e novidades. A razão desse artifício é porque a lembrança da “boa obra” tem que estar na memória do cidadão quando ele estiver frente à urna.

Nesse caso em específico, o povo tende a achar que o atual governo está melhorando, e que, por isso, deve continuar. Ledo engano. Na verdade, é o eleitor que está sendo manipulando.

B) Há, ainda, políticos que mudam o discurso para que se adeque ao linguajar do candidato que começou a ganhar popularidade. Se o outro quer combater à corrupção, este começa a inserir o mesmo tema em sua fala em toda oportunidade que tiver.

C) E também há governos que estão por demais desgastados, e vêem que a população pede mudança. Então usam a ertimanha da novidade travestida de um novo rosto, geralmente de um familiar daqueles que seguem no poder. A proposta é renovar, mas só na aparência das coisas. Tudo continuará essencialmente como antes. Afinal, acertos para isso são feitos nos bastidores.

D) Outro tipo de conduta controversa têm aqueles que possuem alma faminta de status e poder. Esses, não tem experiência política nem história de envolvimento prévio com qualquer causa coletiva de cunho humanitário. Antes, aproveitando-se de algum tipo de projeção social que tiveram, se candidatam.

Não raro estes ignoram totalmente como se dá o cotidiano de um líder do executivo. Entretanto, arvoram para si o direito de concorrer a cargos para os quais não tem esteio ético, emocional nem técnico para sustentar. O cidadão comum tem a capacidade de perceber tais ardis, e deve exercer o discernimento para votar bem.

Nenhum candidato será perfeito. Muitos, de boa vontade, prometerão coisas que não vão cumprir. E a falta para com essas promessas não será premeditada. A democracia propõe uma rede burocrática complexa para com alguns temas. Além disso, para certas coisas acontecerem é necessária uma convergência de vontade de muitos entes públicos.

Alguns candidatos se corromperão ao longo da biografia política. Outros terão aproveitamento inferior aos que os antecederam. Alguns entrarão para a história de sua cidade como gente que fez a diferença para seus concidadãos. Outros sairão até mesmo algemados dos centros do poder.

Não há como prever o futuro com segurança inabalável. Mas o futuro pode ser construído por cada um de nós através do ato de votar. Analise bem a demanda de sua cidade: se é renovação ou continuidade. Em seguida, vote bem. Vote com consciência.