Responsabilidade

Ciro Gomes: “Bolsonaro é responsável pela maior tragédia de nossa história"

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), afirmou durante entrevista ao blog “Entendendo Bolsonaro” do jornalista Cesar Calejon que o bolsonarismo tornou-se responsável pela “maior tragédia de nossa história”.

“Minhas respostas não devem ser vistas como discurso oposicionista, mas como uma ilustração dos fatos e números que temos até aqui. A gestão bolsonarista da pandemia tem sido a pior do mundo. A pandemia levou três meses a mais do que na China e dois meses a mais do que na Europa para chegar aqui. Num primeiro momento, o que cabia ao governo fazer era controlar a entrada no país, entrar em acordo com a China em busca de reagentes para testagem em massa e comprar respiradores. Ao invés disso, (a administração Bolsonaro) alinhou-se ao Trump e declarou guerra diplomática à China”, disse Ciro.

Segundo o ex-ministro, enquanto o governo de Milão (Itália) pedia perdão pela campanha “Milão não para”, o governo brasileiro lançou uma campanha idêntica no Brasil.

“Isso gerou a maior tragédia de nossa história, mas o bolsonarismo não parou neste ponto. (O governo) deveria ter apressado o auxílio às pessoas, para ficarem em casa, e às microempresas, para que elas sobrevivessem. Ao invés disso, lutou contra o auxílio para a população, que foi dado pelo Congresso (Nacional), e até hoje, o prometido crédito para microempresas não chegou a grande parte delas”, acrescenta o ex-ministro.

Ainda de acordo com Ciro, as políticas propostas e adotadas por Paulo Guedes agudizam a crise econômica que está se estabelecendo no Brasil.

“Tudo o que está acontecendo eu previ que aconteceria. Como eu não sou profeta nem vidente, estava na hora de os economistas que têm espaço na grande mídia considerarem a hipótese de eu estar avaliando os dados com base em uma visão da realidade econômica. O problema não é o (Paulo) Guedes. O problema é o neoliberalismo. O neoliberalismo nos trouxe ao pior momento econômico de nossa história. Isso não pode ser atribuído à pandemia, pois estamos nos desindustrializando e destruindo nossa balança de pagamentos desde o governo (Fernando) Collor, com a única exceção do governo Itamar (Franco). Esse processo se agudizou com a ida de Joaquim Levy para o governo Dilma (Rousseff) e passou pela aprovação do Teto de Gastos, pela gestão de (Henrique) Meirelles e agora, com Guedes, tem o seu pior momento”, afirma Gomes.

O pedetista afirmou que se caso tivesse sido eleito presidente do Brasil em 2018, teria seguido “o conhecimento científico no combate à pandemia. Nesse momento, manteria a suspensão da abertura de shows, bares e restaurantes, escolas e universidades, e investiria pesado no desenvolvimento de uma vacina e em conseguir reagentes para aumentar a testagem no Brasil”.