Críticas

Juninho Pernambucano revela que se afastou de 90% dos familiares por serem apoiadores de Bolsonaro

Em entrevista concedida ao jornal britânico The Guardian, o ex-jogador Juninho Pernambucano, disparou críticas ao presidente da República Jair Bolsonaro (sem parido), a Neymar e revelou que deixou de falar com cerca de 90% de sua família por ela ser apoiadora de Bolsonaro.

“Bolsonaro é um filhote do WhatsApp e das fake news. As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas”, contou Juninho ao jornal, referindo-se à sua família.

Além disso, o ex-atleta que é de esquerda, afirmou que Bolsonaro “é o resultado de um juiz orgulhoso como Moro no caso Lula”.

“Bolsonaro é o resultado de um juiz orgulhoso como Moro no caso de Lula, uma cultura de ódio contra o Partido dos Trabalhadores e notícias falsas”, criticou.

Juninho também se posicionou a favor da prática do isolamento social para conter a contaminação por coronavírus, cuja medida é defendida pelo presidente.

“Sou brasileiro, eu sei que somos um país pobre e nosso povo precisa trabalhar, mas isso é uma questão de vida. Se tivéssemos um lockdown, poderíamos estar perto do fim disso, mas não, é desesperador ver nosso país agora”, lamentou. Juninho Pernambucano vive hoje na França, onde dirige o time de futebol Lyon.

Ao tecer críticas sobre Neymar, Juninho fez uma comparação com o establishment no Brasil. “Ele foi para o PSG apenas por causa de dinheiro. O PSG deu tudo a ele, tudo que ele queria, e agora ele quer sair antes do fim do contrato. Mas agora é hora de devolver, de demonstrar gratidão. É uma troca. Neymar precisa dar tudo que ele pode no campo, mostrar dedicação total, responsabilidade e liderança. O problema é que o establishment no Brasil tem a cultura de ganância e sempre quer mais dinheiro. Isso é o que nos foi ensinado e o que nós aprendemos.”

Na mesma entrevista, o ex-jogador falou sobre o racismo, pauta que vem sendo fortemente discutida nessa fase de pandemia, em que as mortes de George Floyd, nos Estados Unidos, e de João Pedro, no Brasil, impulsionaram uma onda de protestos nas ruas e no ambiente virtual.

“Há milhares de George Floyds no Brasil e milhares de outros que têm sofrido em silêncio e nós não sabemos”, disse.