Caiu para cima

Weintraub vai ter salário quase 400% maior do que ele recebia no Ministério da Educação

O Banco Mundial (BM) confirmou nesta sexta-feira (19) o recebimento da indicação de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, para um cargo de diretor-executivo do conselho administrativo do Banco Mundial, em Washington, nos Estados Unidos, indicado pelo governo do Brasil. A admissão ainda depende da aprovação de outros países – o que deve ser apenas uma formalidade. A remuneração no cargo é de US$ 21,5 mil mensais (cerca de R$ 115,9 mil). Como ministro, ele recebia R$ 31 mil.

“Com isso (ida para o Banco Mundial), eu, minha esposa, nossos filhos e até nossa cachorrinha vamos poder ter a segurança que hoje está me deixando muito preocupado”, disse Weintraub no vídeo ao lado de Bolsonaro divulgado nessa quinta-feira (18).

O ex-ministro da Educação foi indicado pelo governo para um mandato de diretor-executivo do conselho administrativo do Banco Mundial que vai até outubro. Depois disso, o governo brasileiro precisa renovar a indicação para o cargo. O salário anual previsto para o cargo é de US$ 258.570, o equivalente a cerca de R$ 1,3 milhão por ano. O valor mensal é mais de três vezes o salário de ministro, de R$ 31 mil.

Em comunicado, o BM informou que o nome de Weintraub ainda terá de ser aprovado por um grupo de países, e que o mandato que ele assumirá, caso seu nome seja aprovado, será válido apenas até outubro deste ano, quando uma nova indicação terá de ser realizada.

Colômbia, Filipinas, Equador, República Dominicana, Haiti, Panamá, Suriname e Trinidad e Tobago precisam aprovar por unanimidade.

“O Banco Mundial recebeu uma comunicação oficial das autoridades brasileiras que indica o Sr. Abraham Weintraub para Diretor Executivo representando o Brasil e demais países do seu grupo [constituency] no Conselho de Diretores Executivos do Grupo Banco Mundial”, declarou o BM em nota.

“Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando será necessária uma nova nomeação e nova eleição”, acrescentou a instituição.

A avaliação dos países sobre a nomeação leva em média um mês.