Os cerca de 80 respiradores comprados pela Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, para tratamento de pacientes com a Covid-19 não devem ser usados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A informação é da empresa brasileira que importa o produto adquirido pelo município, o ventilados Shangrila 510S. Segundo a própria empresa, o item deve ser usado em enfermarias comuns, fora do hospital e em transporte para hospitais.
“A contratante entende que o ventilador de transporte de emergência 510-s vendido pela contratada pode ser usado apenas para os seguintes objetos: adultos e crianças. Adequado apenas para os seguintes cenários: emergência, transporte de longa distância, transporte hospitalar, resgate em campo e resgate pós-desastre. Se a contratante usar o ventilador para objetos ou cenas fora da faixa acima, todos os riscos e perdas serão suportadas pela contratante”, diz o contrato firmado entre a prefeitura e a empresa.
A Fundação municipal de Saúde de Niterói disse, em suas redes sociais, que os aparelhos atendem às necessidades de pacientes críticos de Covid-19 e que já estão sendo utilizados nas urgências e hospitais municipais. Ainda de acordo com a Fundação, o custo dos ventiladores está abaixo da média do mercado nacional e internacional. Entretanto, nos contratos consta que cada respirador 23 mil dólares, quase R$ 115 mil na cotação atual.
No site da marca que comercializa o item, o valor sugerido fica entre 4,5 mil e 8 mil dólares (R$ 21,95 mil e R$ 39,03). Ou seja, a prefeitura de Niterói pagou 15 mil dólares a mais por cada aparelho. Na soma dos 80 aparelhos, o total equivaleria a uma diferença de quase R$ 6 milhões na cotação atual.