Entrevista

Ciro chama ações de Bolsonaro de "política genocida"

O ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), em entrevista concedida à Rádio Jornal nesta quarta-feira (10), criticou os ministros da Saúde escolhidos por Bolsonaro para realizar a condução da pandemia do novo coronavírus (covid-19). O ex-ministro também defendeu uma frente ampla e a união do Brasil para combater a crise econômica e de saúde que o Brasil.

“A primeira urgência pede a união de todo mundo para salvar vidas. Tudo que a gente puder unir para que a gente possa mudar essa política genocida e salvar vidas e empregos. Precisamos entender como o Brasil chegou ao fundo do poço. Eu estou muito angustiado. A gente não pode banalizar 38 mil mortes”, disse Ciro

Ciro criticou a condução de Bolsonaro e afirmou que o país não pode banalizar 38 mil mortes. O ex-governador criticou o fato de o Ministério da Saúde ainda estar sem ministro titular desde a saída de Nelson Teich, em maio.

“O ministro da saúde, que é um general da ativa, só no Brasil do Bolsonaro a gente podia viver isso. Colocou 23 militares no Ministério, nenhum tem qualquer capacidade ou experiência em relação à saúde, na hora da maior crise de saúde pública da história do Brasil. Aí você tem tragédia de toda mortalidade. A mais grave é que tem um orçamento de guerra de R$ 11 bilhões e 400 milhões de reais e eles não conseguiram aplicar nem R$ 3 bilhões, numa hora que o Brasil está morrendo sem fôlego porque não tem leito de UTI nem respirador. E, pra completar, se senta para dar uma entrevista e coloca a culpa no clima, botando o Nordeste brasileiro junto com o inverno da Europa. É um negócio de assustar. Se não fosse tão trágico, era de rir”, afirmou o ex-candidato à Presidência.

 

“Bolsonaro comete um crime quando atenta contra a autonomia dos estados federados. Hoje tem uma “operação esquisitíssima” da Polícia Federal no Pará. A PF, manipulada pelo Bolsonaro, só está saindo contra governantes que contrariam a vontade dele. Claro que qualquer mal feito tem que ser punido, não interessa quem seja. Mas na medida que o Bolsonaro assumiu o controle da Polícia Federal, ele atenta todo dia contra os estados. Então o Bolsonaro está claramente manipulando as instituições públicas para perseguir adversários”, disparou.