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Secretário de Saúde do Recife vê melhora em curva da pandemia, mas ressalta importância do isolamento

“O isolamento social salva”. Essas palavras, do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, foram ditas durante uma reunião da Comissão Especial Interpartidária de Acompanhamento ao Coronavírus, da Câmara Municipal, promovida nesta quarta-feira (27). Durante o debate com vereadores da Casa, realizado por videoconferência, Correia disse já ser possível vislumbrar uma desaceleração do contágio de covid-19 no Recife, mas que ainda é preciso manter as medidas de restrição social.
“Já começamos a ver indícios de desaceleração da curva da pandemia. Isso, nem de longe, nos faz relativizar a importância do isolamento, mas já nos aponta uma luz de possibilidade para poder começar a pensar em medidas de retorno lento e cuidadoso ao novo normal”, avaliou o secretário.

A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão, o vereador Luiz Eustáquio (PSB). Ao dar início às discussões, ele ressaltou o trabalho dos parlamentares recifenses durante a crise provocada pelo novo coronavírus. “A responsabilidade dos vereadores é muito grande e o tema é complexo. Esta Comissão tem trabalhado incansavelmente. Os gabinetes parlamentares têm funcionado e os vereadores têm feito requerimentos, pedido informações e ajudado a Prefeitura. Tem sido um momento de fiscalização e participação”.

Jailson Correia também destacou a atuação dos vereadores do Recife no enfrentamento à covid-19 e falou sobre o diálogo da Prefeitura com a população e demais agentes públicos. “O Legislativo municipal vem fiscalizando, conversando com as pessoas e lideranças comunitárias, exercendo um papel de engajamento e esclarecimento”, disse. “A Prefeitura e o Governo têm trabalhado feito um trabalho muito integrado e isso tem garantido resultados importantes. É um mérito de todos: dos órgãos de controle, do Judiciário, da imprensa local e, sobretudo, do cidadão recifense. Recife tem liderado, nas capitais, o índice de isolamento social”.

Durante a reunião, diversos parlamentares tiveram a oportunidade de formular questionamentos sobre a condução da Saúde municipal em meio à pandemia. Participaram, além de Luiz Eustáquio, os vereadores Aline Mariano (PP), Ana Lúcia (Republicanos), André Régis (PSDB), Augusto Carreras (PSB), Benjamim da Saúde (PSB), Chico Kiko (PP), Eriberto Rafael (PP), Gilberto Alves (Republicanos), Hélio Guabiraba (PSB), Ivan Moraes (PSOL), João da Costa (PT), Renato Antunes (PSC), Romerinho Jatobá (PSB) e Samuel Salazar (MDB).

Temas como a testagem em massa, o uso de medicamentos específicos (como a hidroxicloroquina) no tratamento dos infectados, os problemas na aquisição de alguns equipamentos hospitalares, a gestão dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a possibilidade de pagamento de 40% de adicional de insalubridade aos profissionais de saúde, e as estratégias para dar início ao afrouxamento do isolamento social foram discutidos no encontro.

Jailson Correia garantiu que “hoje, EPI não é um problema no Recife” e que o pagamento do adicional de insalubridade de 40% tem sido avaliado pela Secretaria de Administração. A respeito dos problemas apontados em uma compra de respiradores, o secretário explicou que a Prefeitura teve “o cuidado de enviar todos os documentos para o Tribunal de Contas por inciativa própria, antes mesmo de qualquer pedido. Tudo isso está sendo explicado ao Tribunal de maneira inequívoca”.

A testagem em massa, apontou Correia, “precisa de condições objetivas que que não estão disponíveis no nosso país”. Quanto ao uso de hidroxicloroquina, ele afirmou que a Prefeitura atualmente leva em conta estudos que têm contraindicado sua aplicação. “Decidimos retirar do protocolo essas medicações, por um princípio da bioética e do cuidado. Os efeitos deletérios dessas medicações são maiores que seus efeitos benéficos. Mas novas evidências podem surgir e vamos reavaliando essa questão”.

Sobre o afrouxamento das medidas de isolamento social, o secretário adiantou que “teremos, em breve, a oportunidade de anunciar os setores de economia que vão poder passar por um período de flexibilização. A hora é de manter firme o isolamento”. No entanto, essas medidas estão sujeitas a estudos elaborados pelo Porto Digital e a decisões do Governo do Estado. “Não depende apenas da Prefeitura do Recife”, acrescentou.

Com informações da Câmara do Recife