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Governo Bolsonaro informa que não vai recuar sobre orientação para Cloroquina

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, disse nesta segunda-feira (25) que o governo está “tranquilo e sereno” sobre a orientação para uso da cloroquina associada à azitromicina, mesmo depois da OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciar mais cedo a suspensão dos testes com o remédio.

A decisão da OMS foi baseada na não confirmação da eficácia do tratamento e seguiu um estudo divulgado pela revista The Lancet –uma das mais importantes publicações do mundo na área médica– mostrar os riscos de arritmia cardíaca a partir do uso da cloroquina.

A secretária Mayra Pinheiro declarou que a pesquisa “não entra no critério de um estudo metodologicamente aceitável para servir de referência para nenhum país –nem para o Brasil.” Isso porque, segundo ela, “não se trata de 1 ensaio clínico, é apenas 1 banco de dados coletados de vários países”.

“Nesses estudos, a forma de seleção dos pacientes onde não havia uma dose padrão, uma duração padrão, uma medicação padrão para que se possa ser considerado um ensaio clínico nos faz refutar qualquer possibilidade de citar esse estudo como referência para o Brasil recuar na sua orientação de respeitar a autonomia médica”, afirmou Mayra em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.

A secretária declarou que “não haverá qualquer modificação” na nota divulgada em 20 de maio, na qual o Ministério da Saúde orienta o uso da medicação. Mas, afirmou, que a pasta pode recuar caso fique comprovado que a cloroquina não é eficaz no combate à covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus).

A orientação para o uso da cloroquina tornou-se uma bandeira do presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro Nelson Teich (Saúde) pediu demissão devido à insistência do presidente para a ampliação do uso da medicação e o antecessor de Teich, Luiz Henrique Mandetta, disse que mais pessoas poderiam morrer em casa ao fazer uso do remédio.

Apesar disso, o presidente determinou o aumento da produção de cloroquina e deu sucessivas declarações sobre a medicação. Bolsonaro disse que tem o remédio guardado em casa, caso sua mãe de 93 anos seja infectada e necessitar.