Acusação

Governador do Rio é acusado de montar esquema para cobrar propina de prestadoras de serviços

Segundo reportagem da revista Veja, uma delação feita pelo empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, coloca o governador como “Chefe Supremo” de um esquema feito para extorquir empresas prestadoras de serviço no estado.

As declarações estão com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que recebeu uma proposta de acordo de delação do empresário.

O esquema iniciaria com governo alegando que não tem dinheiro suficiente para quitar as dívidas com os credores, assim o Estado atrasa os pagamentos, acena depois com a possibilidade de uma negociação e, por fim, surge alguém com a solução mágica, que é quem concorda em pagar propina para ganhar a preferência na fila do caixa.

Agora detido, Arhur é acusado de ter subornado membros do Comitê Olímpico Internacional para votar a favor do Rio como sede dos Jogos de 2016, ele promete denunciar outros esquemas de corrupção em troca da redução de sua pena, que pode chegar a 200 anos. Porém o maior trunfo é o chamado “Anexo Witzel”.

Anexo Witzel

Nos documentos, revelados pela Veja, o empresário descreve como funcionaria o esquema organizado pelo atual governador. Nele, dois nomes surgem como destaques, o pastor Everaldo Pereira, presidente do PSC, partido do governador, e o secretário estadual da Casa Civil e Governança, o ex-deputado federal André Moura, que é citado como o responsável pelas negociações para o recebimento da propina.

Arthur contou que teve certeza sobre a existência, a dimensão e os personagens envolvidos depois que foi alvo de pressão do governo. Ele revelou que tinha cerca de 100 milhões de reais a receber do Estado, mas que, em julho, seu irmão, Luiz Soares, foi avisado de que a dívida seria integralmente quitada desde que ele concordasse em pagar 20% do valor. Ele diz não ter aceitado e que, por isso, o contrato de sua empresa com o governo foi rompido.

A proposta, de acordo com Arthur Soares, teria chegado por intermédio de representantes do pastor Everaldo, uma figura influente no governo. Na época da suspensão do contrato, Luiz Soares procurou um advogado ligado ao chefe da Casa Civil em busca da “solução”.