Eleições 2020

Você sabe quem é o candidato de Bolsonaro na cidade do Recife?

Com a aproximação das eleições municipais de 2020, o apoio do presidente da República pode pesar e até decidir um pleito. Na capital pernambucana o nome de Jair Bolsonaro (sem partido), tem sido ventilado por vários candidatos ligados à direita. Mendonça Filho (DEM), Daniel Coelho (Cidadania), Marco Aurélio (PRTB), Alberto Feitosa (PSC), Clarissa Tercio (PSC), Patrícia Domingos (Podemos) e Gilson Machado (sem partido) são alguns dos nomes cotados para assumir a frente na disputa pela sucessão do Partido Socialista Brasileiro (PSB) na Prefeitura do Recife.

No primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 o então candidato à presidência, Jair Bolsonaro, teve 43,14% dos votos da capital, mais de 13% a frente do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), apoiado pelo PSB, Fernando Haddad  e 26% a mais que o pedetista Ciro Gomes. No segundo turno Bolsonaro obteve a confiança de 47,5% dos recifense.

Classificado por alguns dos pré-candidatos como um ano decisivo para o rumo da capital, 2020 pode findar ou dar continuidade a hegemonia imposta pelas sucessivas gestões de esquerda comandadas pelo PT e pelo PSB no Recife.

Alguns candidatos em 2018 conseguiram êxito nas eleições fazendo a relação com Bolsonaro na Campanha: Ex: BolsoDoria. Foto montagem/Portal de prefeitura

Mesmo com perda de alguns porcentos do apoio obtido em 2018, nacionalmente o presidente consegue manter uma base sólida de aproximadamente 1/3 do eleitorado, o que garantiria, no mínimo, uma disputa para a ida ao segundo turno.

Em março deste ano o chefe do Executivo afirmou que não pretendia apoiar nenhum candidato a prefeito no primeiro turno, principalmente nas capitais.

“Pretendo não participar no primeiro turno de qualquer candidatura entre os quase 6 mil municípios do Brasil”, declarou. O presidente abriu, no entanto, uma exceção à regra que adotará até outubro e informou que vai “dar uma força” a alguns candidatos a vereador: “Eu tenho um amigo ou outro por aí, vou dar uma força para eles nisso aí”, comentou, sem citar nomes.

Conquistar o eleitorado do mandatário no Recife é colocado como um dos maiores desafios para os postulantes ao cargo de prefeito (a). Após o ‘oportunismo’ eleitoral de alguns governadores que colaram na figura do presidente para ganharem as eleições deixaram o público bolsonarista com olhares atentos aos pretendentes. Até o momento, nenhum dos cotados teve reunião oficial com Bolsonaro para falar dessa possível apoio.

Dos 15 governadores que declararam apoio ao presidente durante o pleito, apenas 4 seguem apoiando as medidas do presidente. Os casos mais emblemáticos aconteceram em São Paulo, com o “BolsoDoria” e no Rio de Janeiro com Wilson Witzel. Os dois têm procurado distância de Bolsonaro com o objetivo de serem uma alternativa a ele na próxima disputa pela Presidência da República. Apenas os governadores Antonio Denarium (PSL-RR), Marcos Rocha (PSL-RO), Mauro Mendes (DEM-MT) e Ratinho Júnior (PSD-PR) se mantém como aliados políticos do presidente.

Lista de governadores que apoiaram Jair Bolsonaro contra Fernando Haddad no segundo turno das eleições de 2018:

  1. Gladson Cameli (PP-AC)
  2. Wilson Lima (PSC-AM)
  3. Waldez Goés (PDT-AP)
  4. Ibaneis Rocha (MDB-DF)
  5. Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
  6. Mauro Mendes (DEM-MT)
  7. Wilson Witzel (PSC-RJ)
  8. Coronel Marcos Rocha (PSL-RO)
  9. Antonio Denarium (PSL-RR)
  10. Eduardo Leite (PSDB-RS)
  11. João Doria (PSDB-SP)
  12. Mauro Carlesse (DEM-TO)
  13. Ronaldo Caiado (DEM-GO)
  14. Ratinho Júnior (PSD-PR)
  15. Romeu Zema (Novo-MG)

Os possíveis candidatos no Recife

Alberto Feitosa

Integrante da base do governador Paulo Câmara (PSB) até pouco mais de um mês atrás, Alberto Feitosa iniciou sua carreira política no ano de 2006, quando foi eleito para o seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Agora, em seu quarto mandato consecutivo, o parlamentar já precisou pedir afastamento do cargo quando foi Secretário Estadual do Turismo do governo Eduardo Campos (PSB) e Secretário de Saneamento da cidade de Recife, durante a gestão do atual prefeito, Geraldo Julio (PSB). Após ser expulso do Partido Solidariedade, no mês de março de 2020, o tenente-coronel da Reserva da Polícia Militar de Pernambuco migrou para o PSC e entrou para a bancada de oposição na Alepe, onde atualmente é o segundo vice-líder na Casa.

Daniel Coelho

Com ideais liberais, Daniel sempre encampou em suas pautas a defesa do meio ambiente. O recifense também é filho de político; do ex-deputado João Ramos Coelho. O vice-líder do Cidadania na Câmara já foi candidato, em outras oportunidades, à Prefeitura do Recife, chegando a ter expressiva votação em sua primeira disputa. Na vida pública, o parlamentar já foi vereador do Recife por dois mandatos consecutivos, em 2004 e 2008. Logo em seguida foi eleito Deputado Estadual de Pernambuco, em 2010, com 47.533 votos. Nas eleições de 2014, foi para a disputa de um cargo de Deputado Federal e foi escolhido com 138.825 votos, sendo o sexto candidato mais votado. Daniel foi reeleito em 2018.

Mendonça Filho

Com o apoio declarado de vários bolsonaristas, o ex-ministro da Educação no governo Temer tem adotado um discurso conservador e evita fazer críticas diretas ao presidente Bolsonaro. Mendonça nasceu na capital pernambucana e é filho do ex-deputado federal José Mendonça Bezerra. Com uma carreira política extensa, o possível candidato do Democratas já foi deputado estadual, secretário de Estado, vice-governador de Pernambuco nas duas gestões do governador Jarbas Vasconcelos (1999-2002/ 2002-2006), governador (2006), deputado federal por três mandatos e ministro da Educação de maio de 2016 a abril de 2018. O partido de Mendonça faz parte do “centrão” e tem a presidência do Senado, com Davi Alcolumbre e da Câmara, com Rodrigo Maia. O ex-ministro é presidente estadual da sigla (DEM), em Pernambuco.

Marco Aurélio “Meu Amigo”

Atual líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Marco Aurélio também já foi vereador do Recife por dois mandatos consecutivos (entre 2012 e 2018). Com uma defesa aberta ao governo do presidente Bolsonaro, o deputado estadual faz parte do partido do atual vice-chefe do Executivo nacional, Hamilton Mourão, o PRTB. Marco é fundador da Força Sindical de Pernambuco e já integrou a base de apoio do PSB quando estave na Câmara do Recife.

Patrícia Domingos

Sem experiência política, a delegada da Polícia Civil nunca ocupou mandatos nos poderes Legislativos, nem Executivo e é vista como uma outsider, fora do establishment. Patrícia Domingos ganhou grande repercussão ao comandar operações da extinta Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (DECASP). Tendo assumido o cargo de Delegada na Polícia Civil de Pernambuco, aos 26 anos, ao longo de seus mais de 10 anos como Delegada, realizou 15 Operações de Repressão Qualificada, sendo 13 como Delegada Titular DECASP, onde atuou por 4 anos, tendo instituído a cultura do combate à corrupção no âmbito da administração pública. A delegada é por vezes chamada de “Moro de saia”. O ex-ministro da Justiça saiu do governo Bolsonaro por discordar de supostas interferências do presidente na Polícia Federal.

Clarissa Tércio

Eleita com votos majoritariamente evangélicos, a deputada estadual não tinha vida política antes de ingressar no Legislativo Estadual. Filha do pastor da Igreja Assembleia de Deus Ministério Novas de Paz, Francisco Tércio, Clarissa é líder da bancada do PSC na Alepe e casada com o pastor Júnior Tércio. Já em sua primeira eleição, foi a terceira mulher mais votada no Estado, com 50.789 votos. Constantemente a parlamentar vai à Tribuna da Casa Legislativa para defender pautas conservadoras, tendo se envolvido em várias polêmicas em defesa dos valores morais.

Gilson Machado Neto

O único da lista que ocupa um cargo no governo Bolsonaro, o médico veterinário e sanfoneiro na banda de forró Brucelose, Gilson Machado Neto é o atual presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). O pai do músico era empresário do setor canavieiro e exerceu o mandato de deputado federal constituinte em 1988. O presidente da Embratur é cotado para assumir a presidência do diretório estadual do futuro partido de Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil, mas evita falar em disputa pela Prefeitura do Recife. O Aliança pelo Brasil em Pernambuco está vivendo um momento de instabilidade. Isso porque o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto e o Coronel Meira, dois líderes de movimentos do Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, em Pernambuco, se estranharam nos últimos dias.