Decisão

Comissão Executiva do PV Camaragibe não aceitará vereadores na chapa proporcional

Partido Verde
Partido Verde/ Foto: Divulgação

Com a proximidade do dia 4 de abril, data máxima para a filiação de pré-candidatos a cargos eletivos no pleito de 2020 no Brasil, dirigentes partidários têm empreendido esforços no sentido de auferir grandes quadros às suas siglas.

Anteriormente, cada partido tinha uma pequena quantidade de filiados e, nas convenções partidárias de julho, unia-se a outras legendas visando a construção de uma chapa. As maiores criticas a este modelo estavam na prevalência dos acordos locais sobre a ideologia política durante a formação das coligações. Para 2020, como somente podem concorrer as chapas puras – o partido disputa sozinho -, todos os pré-candidatos de uma mesma sigla vão se conhecer desde abril, enquanto antes somente em julho.

Assim, denominações como PT, MDB, PSDB e PV caíram em campo cedo para garantir a formação de agrupamentos competitivos. Outra consequência da mudança na legislação eleitoral é a dificuldade de montagem de chapas que incluam detentores de mandato. Isso ocorre pois os vereadores possuem certa estrutura que lhe conferem vantagem sobre os demais.

Um artifício comum no passado e que ajudava a atenuar a situação era a montagem do partido somente com um vereador para eleger um candidato através do quociente eleitoral e outro na disputa das sobras. Pensando nisso, muitos candidatos aceitavam entrar na mesma chapa de vereadores porque sonhavam em conquistar esta segunda vaga.

Contudo, em 2020, partidos que não atingirem o quociente eleitoral também devem disputar vagas nas sobras, artifício que não existia até agora. Neste sentido, praticamente acaba a chance destes partidos com vereadores fazerem a segunda vaga. O cientista político e professor da UFPB, José Henrique Artigas de Godoy, em entrevista ao Portal Correio, explica que “… sozinhos, os puxadores de votos não conseguirão se eleger por maiores que sejam as suas votações”.

Inúmeros dirigentes partidários já sentem a dificuldade de montar chapas com vereadores e apontam grande debandada entre suas fileiras.

Em Cuiabá e Palmas, os partidos Democratas e Patriotas, respectivamente, ainda debatem se devem abrigar vereadores em suas chapas. Já em Pernambuco, cidades como Recife, Caruaru e Jaboatão caminharam no sentido inverso: um grande bloco de vereadores se filiou ao partido do prefeito(a) na estratégia de conseguir o maior número de vagas possível na Câmara Municipal.

Um caminho diverso também foi tomado pelo Partido Verde. Ao empossar a Comissão Executiva na cidade de Camaragibe, foi decidido que a legenda não teria vereadores na chapa proporcional e seriam admitidos apenas pré-candidatos com densidade inferior a mil votos.

O interessante é que o partido contava com duas cadeiras na Câmara de Vereadores, porém a busca por renovação foi maior e ambos os vereadores foram comunicados de que teriam legenda negada.

Por telefone, ao conversar com um deputado em reserva que já foi vereador, ele explicou que “… muitos acordos ocorrem durante o processo de migração partidária, mas alguns deles não se cumprem, principalmente os acordos que envolvem se filiar primeiro e somente ser honrado após o prazo de filiação”.

Após do dia 4 de abril, o pré-candidato fica ‘preso’, ele não pode mudar de partido. Ou disputa em uma chapa em que vai ser usado como escada para que um vereador seja eleito ou desiste do sonho. Daí a importância de escolher uma chapa competitiva para disputar”.

Da redação do Portal com texto de Marcelo Velez