Durante em entrevista nesta segunda-feira (16), à Rádio Bandeirantes o presidente Jair Bolsonaro afirmou que por causa do avanço do novo coronavírus não se pode “viver em uma psicose”. De acordo com ele, a doença é preocupante, mas está ”havendo uma histeria”.
“Querer colocar a culpa de uma possível expansão do vírus na minha pessoa porque eu vim saudar alguns na frente aqui da presidência da República num movimento que não convoquei é querer se ver livre da responsabilidade que é de todos nós”, disse.
Bolsonaro voltou a dizer que não convocou as manifestações realizadas no domingo (15) em diversas cidades do Brasil. Ele também falou que cumprimentou populares que participavam dos atos “para demonstrar que está com o povo”.
ATRITO COM CONGRESSO
O presidente recuou na última 5ª feira. Durante transmissão ao vivo pelas redes sociais e por pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, voltou a dizer que as manifestações eram legítimas, mas deviam ser “repensadas” por causa da emergência em saúde pública.
A troca de farpas entre o Executivo e o Legislativo já dura semanas. Além da disputa pelo Orçamento impositivo, há o apoio do governo aos atos que foram realizados neste domingo. Primeiro, o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou que o Congresso “chantageava” o Palácio do Planalto.
Depois, Bolsonaro enviou 1 vídeo que convocava a população para as ruas a partir de sua conta pessoal do WhatsApp. Inicialmente, ele negou que tinha feito o disparo pelo aplicativo de mensagens. Em seguida, admitiu ter feito o envio.
Por ocasião da viagem aos Estados Unidos, realizada entre os dias 7 e 10 deste mês, Bolsonaro sugeriu que a população deveria, sim, ir às ruas. Disse que o protesto era legítimo. Os atos tinham pautas como fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).