A coordenadora da Operação Lava Jato na Procuradoria Geral da República (PGR), Lindôra Maria Araújo, pediu nesta terça-feira (18) que a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, sejam convertidos de acusados em réus no caso conhecido como “quadrilhão do PT”.
Trata-se do inquérito no qual os dois foram denunciados pela PGR por participação em uma suposta organização criminosa criada para fraudar estatais como a Petrobras. Gleisi e Paulo Bernardo pediram absolvição sumária sob o argumento de que foram absolvidos os demais acusados no caso que respondiam na primeira instância da Justiça.
A deputada e o marido respondem ao inquérito no Supremo Tribunal Federal devido à condição dela de parlamentar, cujo foro é no STF. Com isso, a parlamentar e o ex-ministro, cuja conduta foi considerada vinculada à de Gleisi, permaneceram no Supremo, e os demais foram para a primeira instância da Justiça Federal, na qual foram absolvidos pelo juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal em Brasília – o Ministério Público da primeira instância entendeu que não havia “elementos configuradores da dita organização criminosa”.
Agora, a procuradora Lindôra Maria Araújo quer a condenação de Gleisi e Paulo Bernardo por discordar da conclusão do MP da primeira instância. Para ela, há provas da formação de organização criminosa.
“Foram comprovadas a gênese, a estruturação e o funcionamento de uma grande organização criminosa, constituída para a prática de crimes no âmbito do governo federal e da Administração Pública durante as gestões presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff”, disse Lindôra Araujo na manifestação remetida ao Supremo nesta terça-feira.
De acordo com a procuradora, o caso de Gleisi e Paulo Bernardo, compete ao Supremo julgar a questão conforme as provas do processo.
Após ter sido denunciada, Gleisi Hoffmann afirmou que se trata de “denúncia sem qualquer fundamento”, que “busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores”.