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Empoderamento Feminino: Guerra das Amazonas da Modernidade

Foto: Aventuras na História/Diego de Almeida/Divulgação

As últimas décadas tem favorecido a discussão em torno dos direitos de alguns grupos, entre os quais está a figura feminina. Nesse contexto, a sociedade tem sido treinada a enxergar o papel do machismo e das diversas outras espécies de preconceito contra as mulheres.

Sem dúvidas, homens e mulheres tem lucrado com os novos estímulos culturais, econômicos e de tantas outras ordens no que diz repeito à mulher. No entanto, o movimento da valorização feminina parece ter ido longe demais.

Ao longo da história, inúmeras mulheres marcaram a humanidade por terem se importado com os outros. Não foram poucas as gerações em que a figura feminina mudou a vida dos menos favorecidos. Irmã Dulce, no Brasil, e Teresa de Calcutá, na Índia, são exemplos de gente que lutou pelo bem-estar de um número incontável de necessitados.

Para nosso espanto, as mulheres da atualidade se fecharam num tipo de gueto. Elas andam defendendo apenas a si mesmas.

O chamado “empoderamento feminino” colocou meninas e mulheres contra qualquer expressão do que chamam de “poder patriarcal”. E elas começaram se vitimizando intensamente numa guerra que travam todo dia contra ideologias políticas, cultura e até religião.

Hoje, identificar-se com o feminismo é o mesmo que competir com todos os homens que estiverem no caminho. Uma pequena amostra disso pode ser encontrada nos filmes e livros contemporâneos.

É raro ver alguma figura feminina usando habilidade profissional ou influência para alertar o mundo a favor de crianças doentes ou idosos que sofrem em algum lugar. Mas é moda criar cursos de dança exclusivos para outras mulheres a pretexto de pôr participantes contra tudo que possa ter algum vínculo com a masculinidade “opressora”.

Não entendo tanto orgulho em ser mulher se isso só faz bem a si mesmo ou ao próprio gênero. Não compreendo tanta arrogância por trás do termo “empoderamento”, se o objetivo disso parece ser uma autonomia social ou econômica ultra radical. É quase como ver a defesa da criação de uma sociedade exclusiva de guerreiras amazonas, como em antigas lendas.

Não vivemos todos no mesmo mundo? Não somos frutos de um pai e uma mãe, que juntos, nos geraram? Então, como pode haver tanta aversão ao que tenha traços masculinos?

Parece-me inacreditável que tantos exemplares do sexo feminino avoquem privilégios profissionais e econômicos e não reconheçam homens incríveis que já fizeram tanto pela humanidade.

Elas se interessam em gritar rancorosamente ao mundo a história de mulheres que a história tentou apagar – ou apagou. O coerente seria buscar o reconhecimento de mulheres importantes historicamente, mas sem demonizar todo o gênero masculino do planeta.

Em minha humilde opinião, estamos diante de uma geração perdida, confusa e enganada. Não sei, sinceramente, se há como reverter grande parte do estrago que esse feminismo caricato com ares de doença causou a nossa geração. Mas sou daquelas pessoas que gostam de pensar nas boas possibilidades que o futuro pode trazer.

Acredito que muitas mentes brilhantes ainda aparecerão e nos ensinarão que é necessário ver o mundo de um jeito mais apropriado. Afinal, somos uma comunidade de mulheres e homens que precisam coexistir e compartilhar o que cada um tem de melhor.

Dentro dessa comunidade global, onde o masculino e o feminino não tem que se odiar, existem crianças, jovens, velhos e doentes. Há toda uma classe de seres humanos que vivem em situação de grande vulnerabilidade.

E se há mulheres cuja capacidade de amar o próximo possa ajudar, de alguma forma, a minimizar o intenso sofrimento alheio, por que não fazê-lo? Por que não poderíamos repetir a história de mulheres cuja compaixão salvou vidas, elaborou leis que deram fim a crueldades institucionalizadas, descobriu maneiras de dar novos e benefícos rumos em áreas como saúde, educação, artes ciências e tecnologia?

Um dia, acredito que verei muito mais mulheres que influenciaram suas comunidades, cidades e países sem questionar o gênero, a raça, a cor, a religião ou o posicionamento político de quem precisou delas.

E meu sonho é que um dia o Brasil e o resto do mundo cunhe isso de “empoderamento feminino”. Esse, sim, vai ser o mais honesto, brilhante e incrível poder das mulheres entrando em ação.