Paradoxo

Patrícia Domingos se filia a partido cujo presidente estadual votou pelo retorno de deputado afastado por STF

Foto: Redes Sociais/Divulgação

A delegada Patricia Domingos confirmou a pre-candidatura à Prefeitura do Recife nesta semana. A servidora escolheu a sigla partidária do Podemos para alavancar sua carreira política. Patrícia foi delegada titular da extinta Decasp, que combatia crimes contra a administração pública. Desta forma a servidora ligou definitivamente seu nome ao combate à corrupção.

Todavia a escolha pelo Podemos parece ter potencial para minar o projeto de chegar ao paço municipal. Para começar o presidente do partido em Pernambuco, Ricardo Teobaldo, foi da base do governo Dilma Rousseff. Além disso, ele apoiou o PSB de Pernambuco quando prefeito de Limoeiro, partido este conduzido no estado pelo que Patrícia chamou de “familiocracia”.

A policial, que sempre desejou identificar-se profissionalmente com a ética e o respeito ao erário, parece ter ignorado muito mais sobre o partido que escolheu. O presidente estadual da sigla deu seu apoio durante uma recente votação em torno do deputado federal Wilson Santiago (PRB-PB).

O STF havia determinado o afastamento de Santiago do mandato por envolvimento numa extensa lista de crimes, entre os quais, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Teobaldo foi um dos deputados que votou pela rejeição ao afastamento do colega. Segundo a Polícia Federal, Santiago participou de um grupo que teria negociado e recebido propinas no valor aproximado de R$ 1,2 milhão.

Resta saber agora quanto do ônus ético do Podemos e de Ricardo Teobaldo vão respingar sobre o plano de Patrícia Domingos de chegar à Prefeitura do Recife. Ela conta com a admiração do eleitorado conservador. Mas só o tempo dirá se o nome da delegada vai resistir incólume às reputações políticas das lideranças que a servidora escolheu para apoiá-la.