Proposta

Refinaria Abreu e Lima, que já foi alvo de escândalos, pode ser vendida pela Petrobras

Foto: Divulgação

O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, anunciou, em seu perfil no Twitter nesta terça-feira (19), que a Petrobras recebeu propostas de compra da Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

Mattar também anunciou que a Petrobras recebeu propostas para as refinarias Landulpho Alves, na Bahia, a Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.

https://twitter.com/salimmattarBR/status/1196768358651351043

A Refinaria Abreu e Lima (RNEST) iniciou suas operações em 2014 com o primeiro conjunto de unidades (Trem I), 34 anos depois de construir a última refinaria. Está localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, distante 45 km do Recife, em Pernambuco.

Desde o início de suas operações, a refinaria acumula escândalos de corrupção e desvios de dinheiro.

Em 2014, o até então, diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa afirmou que a estatal não tinha estimado direito o investimento na obra. Lançada em 2005 por US$ 2,3 bilhões, a Rnest teve seu orçamento revisado para os atuais US$ 20,1 bilhões. Com esse valor, entra para a história como a refinaria mais cara do mundo.

A análise de provas da Lava Jato tem feito o Tribunal de Contas da União (TCU) rever a apuração de prejuízos em obras da Petrobras. A corte refez os cálculos de superfaturamento, com base em documentos obtidos em quebras de sigilo de empreiteiras investigadas, e já descobriu desvios até 70% maiores do que os constatados em auditorias antigas.

Na refinaria de Abreu e Lima, a reavaliação do TCU apontou um prejuízo 32% maior na Unidade de Destilação Atmosférica (UDA) e de 15% na Unidade de Hidrotratamento de Diesel (UHDT). Essas obras foram tocadas em conjunto por Odebrecht e OAS, a partir de 2009.

As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$ 90 milhões em propinas a ex-executivos da Petrobras ligados ao PP, PT e PSB. As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).