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Bancos do BRICS irão investir mais de 1,1 bilhão de dólares no Brasil

Foto: Alan Santos/PR

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também chamado de Banco do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento dos países-membros. Por meio dele, os cinco países recebem financiamento e também ajudam a construir e custear os projetos dos demais membros.

O secretário de Assuntos Econômicos e Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes, explicou que o banco fornece os financiamentos em condições mais favoráveis daquelas encontradas no mercado. “O banco consegue fazer uma captação da taxa de juros menor que os países podem conseguir lá fora e oferecer um prazo mais longo, o que é importante para projetos de infraestrutura”, disse.

No NBD, os cinco países têm capital igual de 20% das ações. Todos os membros também possuem votos iguais e o mesmo peso no processo decisório. “A governança é equitativa e nenhum país tem poder de veto isoladamente”, ressaltou Luciana Acioly, técnica de pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A presidência atual do banco está com a Índia e há quatro vice-presidentes, um de cada país. Em 2020, caberá ao Brasil indicar o novo presidente da instituição, que tem sede em Xangai, na China.

O acordo para a criação do banco foi assinado em 2014, no Brasil, e as operações se iniciaram em 2015. Desde então, mais de US$ 10 bilhões foram aplicados em 38 projetos, que devem chegar a 40 até o fim deste ano.

De acordo com o secretário Erivaldo Gomes, o Brasil tem cinco projetos aprovados que somam US$ 1,1 bilhão:

 – Construção de estradas e drenagem, esgotamento sanitário e telecomunicações em pequenas cidades urbanas e 29 municípios do estado do Pará;

– Rodovia férrea estadual no Maranhão;

– Adequação de refinarias da Petrobras a padrões ambientais;

– Projetos de energia renovável (energia eólica, solar e hidrelétrica) do BNDES;

– Projetos do Fundo do Clima para mitigação e adaptação de mudanças climáticas.

Até o ano que vem, “devemos triplicar o valor de projetos que temos no Brasil”, contou o secretário. Durante a XI Cúpula do Brics, que ocorrerá nos dias 13 e 14 de novembro, em Brasília, será realizado um seminário “para apresentação de estratégias e reuniões com o setor privado em relação às prioridades para o banco”, adiantou Gomes.

Além disso, o Brasil está criando o Escritório Regional para as Américas com sede em São Paulo. A estrutura deverá ser mais um impulso para a elaboração e viabilização de projetos. O primeiro escritório regional foi criado em Joanesburgo, na África do Sul.

Além do NBD, a cooperação dos países do bloco levou ao lançamento do Arranjo Contingente de Reservas (ACR), considerado outra estrutura concreta no contexto do Brics. Os países nunca necessitaram usá-lo já que o fundo de curto prazo foi criado para socorrer rapidamente algum país em crise. “O país pode pedir emprestado uma linha de crédito e o fundo tem até sete dias para responder. O fundo é pequeno, mas tem essa característica de ser rápido”, avaliou a técnica do Ipea.

Fonte: Planalto